domingo, 10 de agosto de 2014

PRESS START # 12: Genji- Dawn of the Samurai (PS2)

FONTE: http://sodicasemanhas.blogspot.com.br/2010/03/detonado-de-genji-dawn-of-samurai-ps2.html
Fala moçada! Ultimamente tenho me dedicado em descobrir "pérolas" desconhecidas (ou pouco conhecidas) do PS2. Foi assim com "Klonoa 2", do último post "PRESS START" e também com esse game que sempre figura nas listas de gemas ocultas do console 128-bits da Sony: "Genji: Dawn of the Samurai". Mas será que o game é tudo isso que falam? Eu joguei (e terminei) e agora vamos descobrir se existem razões para justificar a "obscuridade" deste game.
Boa leitura e não deixem de comentar!
R.


- Sony ataca novamente!

FONTE:http://ps2media.gamespy.com/ps2/image/genji_1096174657.jpg
"Genji: Dawn of the Samurai" foi lançado em 2005 e foi desenvolvido pela, então novata, "Game Republic Inc." Uma vez que a própria Sony foi a responsável pela publicação do game, assim que eu comecei a jogar "Genji" me lembrei de algo que já tinha dito aqui no blog: a empresa criadora de um console normalmente consegue extrair todo o potencial do seu hardware. Foi assim com "God of War", "Shadow of Colossus" e também com "Genji". Este game está entre um dos mais belos do PS2!

FONTE:http://guidesmedia.ign.com/guides/700641/images/genji_03_walk_04_09.jpg
Mas como eu disse, a responsável por isso é na verdade a equipe da "Game Republic Inc." Ao buscar um pouco sobre a história da empresa (que fechou as portas em 2011), descobri que seu fundador foi ninguém menos que Yoshiki Okamoto. Para quem não sabe (como eu,rsrs) Okamoto trabalhou por muitos anos na Capcom, em franquias de sucesso como "Resident Evil" e especialmente "Street Fighter", sendo que muitos o apontam como sendo o "pai de Street Fighter II". Por ai já dá para ver que o homem não é fraco não...

O pai de SFII (FONTE:http://archive.videogamesdaily.com/media/yoshikiokamoto_jan07/okamoto350.jpg).
Segundo a (nem sempre) confiável Wikipédia, "Genji" foi o primeiro game da "Game Republic Inc.", sendo que anteriormente eles haviam lançado um jogo de tabuleiro (?!) intitulado "Shadow Hunters". Dentre os títulos lançados pela empresa em seu breve período de vida (2003-2011) temos como destaques "Dragon Ball Origins" (Nintendo DS, 2008), "Clash of Titans" (PS3,X-Box 360, 2010) e "Majin and the Forsaken Kingdom" (PS3, X-Box 360, 2010). Isso sem falar do próprio "Genji" que em 2006 ganhou uma sequência para o PS3 intitulada "Genji: Days of the Blade".

A capa da sequência (FONTE:http://planetagames.org/wp-content/uploads/2013/12/Genji-Days-of-the-Blade-PS3.jpg).
A direção de "Genji: Dawn of the Samurai" ficou a cargo do próprio Okamoto, enquanto a parte artística teve a liderança de Keita Amemiya. Além de ser character design de games como "Clock Tower 3" (PS2), "Onimusha 2" (PS2) e "Shin Megami Tensei IV" (Nintendo 3DS), Amemiya também atuou como diretor e character design em várias séries do gênero tokusatsu. Dessas séries podemos destacar verdadeiros clássicos como "GARO" (2005),  "Kamen Rider Black" (1988) e "Winspector" (1990). Sério, dá para imaginar isso??? E olha que eu nem falei que ele também esteve envolvido em "Kyoryu Sentai Zyuranger", o super sentai que foi a base para a criação da primeira série dos "Power Rangers" o_O 

O cara (FONTE:http://img4.wikia.nocookie.net/__cb20130520013241/garo/images/d/d4/Keita_Amemiya.jpg).
Para fechar o "dream team", temos o compositor Yasuharu Takanashi, responsável pela trilha dos filmes de "Naruto" e das séries "Naruto Shippuden", "Fairy Tail", "Ikki Tousen", entre outras.

O compositor ao lado do pôster de um dos filmes de Naruto (FONTE:http://static.val.fm/artists/9a1aa79616ceb0e26eeb33a8395e9db1/avatar_big.jpg).
Depois de ver o currículo do pessoal envolvido no game só posso dizer uma coisa: está explicado :P

- Um conto do Japão Feudal

FONTE:http://img3.wikia.nocookie.net/__cb20130722160002/genji/images/a/a0/Genji_DoS_game_screenshot_1.jpg
O enredo de "Genji" (escrito por Toshiya Shibano, cujo currículo não encontrei) se baseia em um épico japonês chamado "O Conto de Heike" ("Heike Monogatari"). Este descreve a luta entre o clã Taira e o clã Minamoto pelo controle do Japão no final do século 12, na chamada "Guerra Genpei" (1180-1185). O nome Heike do conto se refere ao clã Taira, sendo que "Hei" é uma leitura alternativa do primeiro kanji do nome Taira (isso é muito comum no japonês). Já o título da guerra (Genpei) vem de "Genji" (outro nome pelo qual o clã Minamoto era conhecido) e "pei" (uma pronúncia diferente do Hei do clã Taira). Ufa, que confusão né? Rsrsrs, mas graças a Wikipédia agora sabemos porque o game se chama Genji :P
A história começa com o jovem Minamoto Yoshitsune, que vive isolado no monte Kurama, próximo a Kyoto (a antiga capital do Japão).

O herói da vez (FONTE:http://gamefacts.diggitup.com/Image/covers/genji-dawn-of-the-samurai/genji-dawn-of-the-samurai-image804690.jpg).
Logo no início do game temos algumas cutscenes que situam o jogador no período pelo qual o Japão estava passando: o clã Taira (ou Heike) tenta dominar todo o país. Se vocês já acharam confuso o lance dos nomes e pronúncias diferentes citado anteriormente, saibam que no jogo o clã Heike e chamado de clã Heishi, que é outra pronúncia,rsrs.
Após as cenas de introdução, já iniciamos a jogatina com a corda toda: Yoshitsune é atacado por samurais do clã Heishi e tem que se defender. E engana-se quem acha que temos um tutorial. Nada disso, o negócio aqui é sair apertando os botões ou pausar e consultar a tela de comandos.

A fuga de Minamoto (FONTE:http://i.ytimg.com/vi/X9P6HlQx9n8/hqdefault.jpg).
Durante a luta surge um misterioso ninja que aconselha Yoshitsune a fugir e seguir com ele para um local seguro. Sem alternativas, o rapaz segue o conselho da figura. Este leva Yoshitsune até onde vive Kiichi Hogen. Hogen é um dos últimos remanescentes do clã Tayamori, clã responsável por guardar as "Amahaganes". Mas o que são essas coisas???
Hogen explica que "Amahagane" (que significa algo como "Aço dos Céus" em japonês) é um tipo de tesouro místico no formato de esferas e que concede poderes divinos para as pessoas que os utilizam. Ele também revela que Yoshitsune possui uma "Amahagane" e o motivo para isso é que ele é parte do clã Genji (Minamoto), sendo o filho mais novo do finado líder do clã. O jovem então percebe que sua missão é derrotar o líder do clã Taira, Kiyomori Taira, que foi o responsável pela morte do líder do clã Genji e a destruição do mesmo. No caminho ele vai se deparar com outros personagens importantes, como o grandalhão Musashibo Benkei (um remanescente do clã Genji com que também podemos jogar), Lady Shizuka (que possui o poder de fundir as Amahaganes e desse modo aumentar seus poderes) e o vilão Kagekiyo.

O grandão Benkei (FONTE:http://i618.photobucket.com/albums/tt269/Sakiamaru/Genji%20Dawn%20of%20the%20Samurai/genji-musashibo-benkei-cg.jpg).

Apesar de a primeira vista a história parecer complexa, ela na verdade se resume a luta de Minamoto e Benkei contra o clã Taira. Eu, obviamente, nunca li o conto original em que a história se baseia, mas segundo fontes o jogo toma várias liberdades em relação à ela. Ainda bem! Porque os elementos mágicos e mitológicos brotam à todo momento em "Genji", o que para mim foi uma boa surpresa, uma vez que pelo que eu havia lido (sobre o contexto histórico e tal) eu já imaginava um game sobre o Japão Feudal realista. Felizmente não é o caso e, pensando bem, eu nunca vi um game assim :P

- Jogabilidade 

FONTE:http://ps2media.ign.com/ps2/image/article/650/650052/genji-dawn-of-the-samurai-20050916060707732.jpg
A jogabilidade de "Genji" é descomplicada, ele é o típico "hack'n'slash". Além de andar (com a alavanca analógica esquerda), podemos saltar, examinar/interagir e usar dois tipos de ataque, um fraco e outro forte. Na configuração de controles padrão ("Type A" no menu) o ataque fraco é usado com o "quadrado" e o forte com o "triângulo", sendo que a "bola" serve para examinar/interagir e o "xis" salta. Além disso temos o bloqueio, que é acionado com o botão "R1". Os direcionais analógicos servem para usar itens obtidos nos cenários (através do menu podemos associar cada item à um botão direcional, o que permite seu uso rápido durante as batalhas). O game não possui controle da câmera. Confesso que isso me irritou (muito) algumas vezes, mas a programação do jogo é competente o suficiente para evitar ângulos de câmeras que prejudicam demais o jogador. No geral a câmera é bem inteligente, diferente de muitos outros jogos :D

FONTE:http://www.romulation.net/files/screenshots/roms/PS2/14124/sade4f996fc810e55dc9437683fe775a4.jpg
Ainda falando dos controles, temos talvez o comando mais original do game, o "Kamui". O "Kamui" é uma habilidade concedida pelas Amahaganes ao seus portadores que é basicamente um "bullet time". Ou seja, ao acionar o poder os inimigos passam a se mover em câmera lenta. Contudo não é só isso. A essência do "Kamui" (que é uma palavra japonesa que significa algo como "benção dos deuses") é o contra-ataque: uma vez iniciado o comando, os inimigos se afastam e devemos esperar que um deles ataque, sendo que nesse momento surgira um ícone do botão de ataque fraco ("quadrado" na configuração padrão) embaixo do personagem. A chave para o sucesso é pressionar o botão assim que o ícone surgir! Isso fará com que o personagem não só se defenda do ataque, mas também realize um contra-ataque. Caso tenhamos sucesso em contra-atacar o primeiro inimigo, o segundo partira para o ataque e podemos repetir o processo. Deste modo é possível criar combos com o "Kamui", sendo que a partir do terceiro inimigo derrubado, quando terminamos de usar o poder surge uma "cut scene" mostrando a finalização dos golpes. Além disso é atribuído uma nota para o "Kamui", sendo que cada "rank" tem um nome ("Flower", "Bird", etc, sendo o mais alto "Moon").

Aperte "quadrado" para contra-atacar! (FONTE:http://www.cheatcc.com/imagesps2d/genjirev1.JPG).
O "Kamui" (que na configuração padrão é acionado pelo "L1") é um dos aspectos mais viciantes de "Genji"! Inicialmente não podemos usar o comando, mas assim que Yoshitsune descobre mais sobre o poder das Amahaganes, a barra abaixo do contador de vida fica liberada e podemos usar o comando sempre que um dos reservatórios dela estiver cheio. No começo só possuímos um nível de "Kamui", mas conforme o game desenrola evoluímos, de modo que podemos usar "Kamui" atrás de "Kamui", o que faz com que os inimigos fiquem mais e mais lentos. Isso é muito útil principalmente contra os chefes, uma vez que a velocidade deles é bem superior aos inimigos comuns, o que torna um contra-ataque muito mais difícil. Apesar de parecer uma ideia original, o "Kamui" é algo que já surgiu em vários games diferentes com uma ou outra modificação. Um exemplo é o "Shinobi" (2002) do próprio PS2, onde apesar de não termos o recurso de câmera lenta, caso o personagem consiga derrubar vários inimigos em sequência o jogador é presenteado com uma "cut scene" mostrando o ninja retalhando os adversários. Inclusive, nesse game também temos o sistema de pontuação e mesmo os efeitos sonoros (no estilo "música japonesa clássica") serão familiares para quem jogou ambos os games, principalmente na abertura dos capítulos...

FONTE:http://img2.meristation.com/files/imagenes/noticias/2011/12/09/genji02.jpg?1324225991
Eliminar os inimigos com o "Kamui" garante um ganho de experiência muito maior. Sim, o game trabalha com um sistema de evolução dos personagens por pontos de experiência. Fora isso, temos também os itens chamados "Essence of Amahagane" ("essência de Amahagane"). Estes itens ficam escondidos pelos cenários e a princípio são invisíveis. Contudo, quando um possuidor de Amahagane se aproxima de um deles o mostrador azul do lado da barra de vida e "Kamui" começa a brilhar (e caso a vibração esteja habilitada, o controle do PS2 vibra). Fora isso, se o personagem ativar o "Kamui" perto da onda a essência está escondida, ela fica visível como um ponto brilhante. Basta então atingir esse ponto com um golpe para coletar o item. Existem muitas "Essence of Amahagane" espalhadas pelo jogo todo e achar elas constituí um dos desafios da campanha. Elas servem para evoluir três atributos do personagem: "Health" (barra de vida), "Attack" (poder de ataque) e "Defense" (defesa). Coletar as "Essence of Amahagane" e evoluir esses atributos tornam o jogo bem mais fácil. Ah, quando derrotamos os inimigos (com ou sem "Kamui") também surge um contador de golpes e mortes, e assim que ele vai aumentando surge um rank no lado direito da tela, onde temos títulos como "Master", "Invencible",etc. Tudo isso só serve para aumentar ainda mais a experiência ganha após a derrota de todos os adversários :)

- Experiência de jogo


FONTE:http://cdn.supersoluce.com/file/docs/docid_5040db568f152f2c7d002d70/elemid_4ee9faa20a2fe93d0e000010/genji-ps2-014.jpg
O sistema de fases é o que eu chamo de "dungeons" (calabouços). Explico: existem dois tipos de fases no game, os cenários e as dungeons. Nos cenários não podemos atacar e nem mesmo pular, só podemos andar e conversar com os NPC's (personagens controlados pelo computador, caso você não jogue muitos RPG's). Nesses podemos também comprar itens, novas armas, salvar o game, etc. Já nas "dungeons" o negócio é retalhar os inimigos e chegar até o final do lugar, onde normalmente temos um chefe esperando.

Comprando alguns itens (FONTE:http://j.i.uol.com.br/galerias/playstation2/genji45.jpg).
Inicialmente jogamos apenas com o jovem Yoshitsune, mas conforme progredimos um pouco na história, o herdeiro do clã Genji conhece o monge grandalhão Benkei, que também fazia parte do clã quase extinto. Após derrotar ele, o grandão resolve se aliar a Yoshitsune e fica assim selecionável. Para alternar entre um ou outro personagem devemos normalmente procurar a "base" dos heróis. Por falar nisso, o acesso às fases é feito através de um mapa onde os ícones representam as locações.

A tela de status de Benkei (FONTE:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWYwzV29WT_Vre8ahqGs6utT61Kzhl35LjaQ_hoEnAGEA_0QsQKk-nuwn4hPZXPgskIDiGEHACPCuK_ric72c8inscjEZ76uIRSQwmkVzEIWZq7lz6mZT-EC3URSliKpJFt8J_3463ymRM/s1600/Genji+2.jpg).
Existe uma diferença brutal entre jogar com Yoshitsune e Benkei, sendo que há áreas nas dungeons que é necessário um deles para acessar. Isso acontece porque cada um tem uma habilidade específica. Yoshitsune é leve e rápido, sendo capaz de "quicar" nas paredes e assim escalar locais mais altos (a la Dante em "Devil May Cry 3"). Por outro lado, Benkei é muito forte e é capaz de quebrar certos objetos, empurrar obstáculos ou mesmo abrir baús que Yoshitsune não consegue. Quando estamos jogando com o rapaz e encontramos um obstáculo que só Benkei é capaz de superar aparece uma mensagem ao examinarmos ele citando alguma coisa do tipo "Eu não tenho força o suficiente para abrir isso..." (a mensagem aparece em vermelho indicando que precisamos trocar de personagem se quisermos superar aquele obstáculo). A princípio essa parece uma ideia bacana e que justifica o uso de dois personagens, certo? Acontece que muitas vezes percorremos uma fase toda só para descobrir que próximo de seu fim existe um baú que só Benkei abre. Só nos resta então completar cada fase duas vezes, uma com Yoshitsune e outra com Benkei. Felizmente todos os níveis foram planejados para serem jogados tanto com um quanto com outro personagem, o que evita que fiquemos presos em algum local por ter escolhido o personagem errado.

FONTE:http://www.the-nextlevel.com/media/ps2/genji/genji10.jpg
Além das habilidades específicas, temos também mudanças nas armas e armaduras que cada um pode equipar. Enquanto Yoshitsune usa apenas katanas, Benkei pode usar um tipo de "poste" gigante para atacar, além de lanças. Confesso que visualmente as armas do grandão são bem mais diversas que as do rapaz. Já que citei o aspecto visual,  os equipamentos provocam mudanças visuais nos personagens. Se Benkei troca de armadura, colocando uma de cor azul, por exemplo, o personagem exibira a nova armadura tanto na tela de status quanto durante o gameplay. Pode parecer uma "bobeirinha" para os games atuais, mas na época era algo diferente. Mesmo nesse quesito, notei que Benkei novamente tem maior variedade que Yoshitsune (será porque ele é maior? Rsrs).

FONTE:http://assets.ign.com/thumbs/2005/08/06/genji_080505_02-71.jpg
Ainda falando sobre os personagens, é interessante notar que eles compartilham os mesmo níveis. Ou seja, caso subamos de nível com Yoshitsune, Benkei também estará no mesmo nível quando voltarmos a jogar com ele. O mesmo não vale para o sistema de evolução com as "Essence of Amahagane": é preciso dividir as coletadas para aumentar o nível dos poderes entre ambos os personagens (isso claro se o jogador fizer questão de deixar os dois com a mesma força). Os itens também usam o mesmo sistema de compartilhamento, de modo que podemos usar todos os itens comprados com ambos os personagens.

- Altos e baixos


FONTE:http://www.sinjinsolves.com/reviews/ps2/genji/genji5.jpg
Como todo jogo, "Genji" tem seus acertos e seus erros. Vamos começar então com os acertos. Para começar temos que elogiar os gráficos, a direção artística do game e a música. Graficamente o game é impecável, um dos mais belos do PS2. Surpreendentemente o jogo não apresenta loadings excessivos, apesar de toda a qualidade gráfica. Além da parte artística, devo elogiar também o gameplay em si. Ele é extremamente viciante! Assim que o jogador se acostuma com os controles (o que não demora muito, visto que são bem simples e respondem bem), ele não vai ver a hora de enfrentar hordas e hordas de samurais. E o "Kamui" então? Tentar dominar a técnica é um dos pontos mais satisfatórios do título e não existem palavras para descrever a sensação de triunfo quando conseguimos dominar os movimentos de um inimigo e contra-atacamos na hora certa só para "rankear" e ver aquela "cut scene" arrasadora. O game faz com que a gente se sinta em um filme ou anime de samurais, onde todas as lutas são coreografadas com maestria. Quando um jogo te faz ficar feliz em enfrentar os inimigos, principalmente se ele é do gênero "hack'n'slash", então só podemos dizer que ele fez a coisa certa.

FONTE:http://www.devils-lair.org/litterb0x/images/genji3.jpg
Vale também destacar como ponto positivo o design das fases e dos inimigos, inspirados na cultura japonesa. Eles também puxam bastante para um lado mais místico, que é pouco divulgado no Ocidente. Como exemplo temos o "Templo do Céu", com seus inimigos que parecem estátuas de macacos budistas. Me lembra até a lenda de Son Goku,rsrs. Destaque também para a Fênix e o cenário do chefe final. Só quem jogou essas fases sabem o quão belas elas são.

FONTE:http://mlb-s2-p.mlstatic.com/genji-dawn-of-the-samurai-ps2-patch-frete-gratis-brinde-14686-MLB20088822497_052014-O.jpg
Infelizmente nem tudo são flores e existem alguns quesitos em que o game pega o rank "Bird" (menor rank da "Kamui", sendo que "Flower" é o rank imediatamente acima, para quem não entendeu a piada :P). Para começar temos a história. Ainda que ela seja interessante, existem muitos pontos que ficam sem ser explorados e o pior é que o game deixa pistas durante a história de que eles seriam abordados mais adiantes. Como exemplo temos a trama do irmão de Yoshitsune e também o mistério por trás do clã Taira e os demônios que se aliam à eles. Após zerar o jogo eu fiquei com uma sensação de que faltou alguma coisa, como se eu estivesse esperando pelo clímax da história e ele nunca chegue (isso acaba sendo de certo modo frustrante). Depois de descobrir que o game tem uma sequência para o PS3, eu tenho duas hipóteses: ou os desenvolvedores deixaram essas questões em aberto para resolvê-las no segundo game, ou eles pretendiam incluir ainda nesse game, mas algum problema na produção impediu. Bom, como não joguei a sequência e não conheço sua história eu tenho que me contentar com a contada nessa versão e para mim ela parece incompleta.

Sephiroth?? (FONTE:http://img3.meristation.com/files/imagenes/juegos/ps2/action/genji_dawn_of_the_samurai/genjidesu13.jpg?1324231382).
Já que citei a história, tenho que falar do personagem Kagehiyo. O visual dele é muuito parecido com o icônico vilão de Final Fantasy VII, Sephiroth. A impressão é que eles apenas trocaram a cor do cabelo dele! Não que isso seja uma coisa muito importante, mas para mim é algo que depôs um pouquinho contra a "credibilidade" da história,rsrs. Fora que o papel dele também é bem discreto e é um dos personagens que prometia mais evolução. Além disso, pela abertura do game em que ele aparece, temos a impressão que as Amahagane podem fazer muito mais que o "Kamui" (como usar poderes elementais), sendo que isso nunca é demonstrado no jogo (ao menos pelos nossos personagens).

FONTE:http://www.tothegame.com/res/game/4133/feature/2005-05-19/screen14_large.jpg
Outro ponto que me incomodou, dessa vez muito, durante o jogo é a diferença na movimentação entre Yoshitsune e Benkei. Está certo que eles têm estaturas diferentes e a ideia é mesmo que Benkei seja o tipo fortão e lento, mas os programadores do jogo exageraram muito nesse conceito! Benkei não é só mais lento que Yoshitsune, ele é mais lento que todos os personagens do jogo! Sério, é uma verdadeira tortura para mim percorrer as fases com o monge (tanto que eu prefiro jogar com Yoshitsune em todos os níveis possíveis, só apelando para Benkei quando preciso de algum item). Tudo o que eu fazia quando jogava com ele era usar a "Kamui" o máximo possível, pois lutar contra os inimigos sem ela com Benkei é muito chato, uma vez que ele não salta e nem se movimenta velozmente como Yoshitsune. Isso nos leva ao último dos defeitos do jogo...

Se move Benkei >< (FONTE:http://cdn-static.gamekult.com/gamekult-com/images/photos/00/00/60/98/ME0000609865_2.jpg).
A duração! "Genji" é muito curto! Para vocês terem uma ideia, eu terminei o jogo em aproximadamente 10 horas. Isso porque eu sou do tipo que fica coletando todos os itens possíveis e upando os personagens. Também temos que considerar que em cada fase eu devo ter completado umas duas vezes, uma com Benkei e outra com Yoshitsune. Se levarmos isso em conta eu poderia facilmente ter terminado o jogo em umas 5 horas. O engraçado é que isso pode ser tanto um ponto ruim como bom. Explico: se pararmos para pensar o jogo na verdade é bem repetitivo e é possível que ele na verdade termine na hora certa, uma vez que se continuasse talvez se tornasse rapidamente enjoativo. A verdade é que perto do final do game eu já estava começando a ficar enjoado de percorrer as mesmas fases. É, tem mais essa: as fases são limitadas, sendo que algumas se repetem durante a campanha (ainda que algumas vezes precisamos explorar novos cenários dentro de uma fase já visitada). A minha teoria é que devido aos gráficos maravilhosos do jogo e as limitações do PS2 os desenvolvedores tiveram que optar por esse sistema. Mesmo assim não deixa de ser um ponto "menos brilhante" do título.

Olhem esse cenário O_O (FONTE:http://cdn0.spong.com/screen-shot/g/e/genji166505l/_-Genji-PS2-_.jpg).
Ainda dentro do quesito "duração do game" me chamou a atenção o fato de que algumas coisas são pouco exploradas dentro do gameplay. Temos por exemplo as "armas forjadas". O ferreiro da cidade pode criar armas novas se levarmos para ele itens especiais. Acontece que tais itens só podem ser obtidos se golpearmos um inimigo específico com a "Kamui" (ele "derruba" o item), sendo que alguns desses itens são dados por chefes ou sub-chefes. Acontece que isso é algo muito pouco explorado no jogo e que de certa forma nem agrega muito ao gameplay. Tanto que eu terminei o jogo e só tinha conseguido forjar uma única arma :P É, talvez eu deva jogar mais...

FONTE:http://images.digitalmedianet.com/2005/Week_50/snjetsle/story/image_400x302.jpg
Por falar em jogar mais, após completarmos o game liberamos algumas opções novas. Podemos iniciar um novo jogo com todos os status e itens da jogada anterior, iniciar um novo jogo em um nível mais difícil (onde não evoluímos os personagens e nem mudamos de armas) ou simplesmente começar tudo de novo do modo normal. Durante a primeira vez que jogamos encontramos em alguns cenários inscrições misteriosas que nos dizem para retornar àquele local após terminar algo. Esse algo é o próprio jogo, ou seja, após terminarmos o game uma vez e recomeçarmos com os status anteriores, podemos ir até esses locais e encontrar alguns desafios, como derrotar 100 inimigos dentro de um determinado tempo. Para falar a verdade eu ainda não explorei essas opções, mas após finalizar o game uma vez nós ficamos tão "viciados" em usar a "Kamui" que não serão poucos que optarão por um replay :D

- Finalizando...


FONTE:http://cdn3.spong.com/screen-shot/g/e/genji166483l/_-Genji-PS2-_.jpg
"Genji: Dawn of the Samurai" é mais uma pérola oculta do PS2 que por algum motivo estranho não ganhou muita notoriedade entre os títulos do console durante seu período de vida. Felizmente ainda existem títulos como esse para serem (re)descobertos pelos gamers. Apesar de ter alguns pontos fraco, com certeza é recomendado para todos os fãs de games de ação e que buscam uma jogatina simples e descompromissada, proporcionando algumas horas de diversão e entretenimento.
Bom é isso. Obrigado pela leitura e até mais!

NOTA: 9,5/10 (obrigatório para os fãs do PS2, mas pode ser um pouco repetitivo no final)

P.S.: Retirei todas as informações usadas na confecção do post da página na Wikipédia sobre o jogo (em inglês) bem como suas ramificações: http://en.wikipedia.org/wiki/Genji:_Dawn_of_the_Samurai
O significado de "Amahagane" foi retirado da wiki de Genji: http://genji.wikia.com/wiki/Amahagane

Um comentário:

  1. Cara n sei se vc ainda tá por aí mas... como eu não entendia inglês, oq aconteceu no final pq o os locais tavam todos poluídos/destruidos e ainda tava jogavel depois de derrotar o boss dourado lá.

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