sábado, 7 de junho de 2014

Nanquim&Celulóide # 13: Umineko no Naku Koro ni (2009)

FONTE:http://nahelargama.wordpress.com/2012/05/13/cinco-animes-que-prometiam/

Fala moçada! Depois de muito tempo voltamos com um novo post da sessão "Nanquim&Celulóide"! A verdade é que fazia um bom tempo que eu não assistia um novo anime e aproveitando que a experiência está fresca em minha memória (vi o último episódio ontem mesmo) venho aqui falar para vocês de "Umineko no Naku Koro ni", produzido pelo Studio DEEN e que foi ao ar no ano de 2009 no Japão. Para quem não sabe, "Umineko" é a segunda série adaptada das Visual Novels da desenvolvedora "07th Expansion". Não sabem o que é Visual Novel e nem conhecem a "07th Expansion"? Não se preocupe que eu vou explicar tudo antes de abordar o anime! Então sentem-se na cadeira e preparem-se para conhecer os mistérios de "Umineko no Naku Koro ni".
Boa leitura e não deixem de comentar!
R.



- Visual Novels e a ascensão da 07th Expansion!

FONTE:http://www.bunnycrazy.net/2013/01/umineko-no-naku-koro-ni.html

Para os fãs da cultura japonesa, talvez o termo Visual Novel não seja desconhecido. Mesmo assim, esse gênero de "jogos" (logo vão entender o porque das aspas) não é tão popular no Brasil e, em geral, fora do Japão como outros games queridos dos japoneses (como os RPGs, por exemplo). O motivo pode ser descrito como um círculo vicioso. As Visual Novels em sua maioria têm centenas de horas de duração, o que inclui um longo script totalmente japonês. Isso afasta não só os gamers que não entendem nada do idioma da Terra do Sol Nascente, mas também as próprias empresas especialistas em portar (traduzir) jogos para o inglês ou outro idioma. Afinal, para que gastar meses de trabalho traduzindo um produto que poucas pessoas vão comprar? E é exatamente pela falta de lançamentos oficiais que o gênero não é tão conhecido fora do Japão. Ou seja, temos um verdadeiro círculo vicioso. Contudo, felizmente, isto tem mudado principalmente por dois fatores: os grupos de fãs e as adaptações em outras mídias (como animes). 
Atualmente existem vários grupos de fãs espalhados por países ocidentais (principalmente em países de língua inglesa) que se dedicam a traduzir e distribuir gratuitamente versões de visual novels que não foram lançadas fora do Japão. Isso não só permite aos fãs do gênero curtir os títulos em seu idioma natal (ou um que ele ao menos compreenda,rs), mas também tem ajudado a popularizar o estilo, o que faz com que algumas produtoras mais ousadas arrisquem lançamentos oficiais. Isso é uma fórmula que deu certo também para os animes, uma vez que nos anos 80 e meados dos anos 90, nos EUA, os famosos fansubbers ajudaram a popularizam o gênero de animação e inspiraram lançamentos comerciais.
Como eu já citei, outro fator que tem ajudado a popularizar as visual novels no ocidente são as adaptações em anime. Devido ao sucesso das histórias contadas pelas produtores no formato de visual novel, muitas produtoras de animes resolveram adaptar os enredos. E isso não se restringe apenas aos animes, visto que muitas séries de visual novels já ganharam adaptações em mangás e outras mídias, incluindo jogos de outros gêneros (como RPGs ou games de luta o_O). Mas afinal, do que se tratam as visual novels?

FONTE: http://fuwanovel.org/novels/umineko-no-naku-koro-ni-1-4-ps3-sprites-voices
Como a tradução do nome em inglês indica, Visual Novels seriam "novelas visuais". Ou seja, são histórias contadas com o auxílio de imagens. A primeira vista o estilo das visual novels lembram muito os games eroge ou bishoujo . Se você é velho de Internet e cultura japonesa, como eu, deve conhecer esses games como games hentai. Rsrsrs, basicamente são jogos onde o objetivo do personagem é "ficar" com as meninas da história e a jogabilidade se dá por opções em texto. Cabe uma ressalva: eroges são jogos eróticos e com cenas de sexo (não recomendados para menores!), enquanto os games bishoujos (bishoujo é menina bonita em japonês) são jogos mais "provocativos", onde nem sempre existem cenas de sexo. Alguns games eroge famosos no Brasil são True Love (simulador de namoro), Divi-dead (que tem um grande toque de horror) e Season of Sakura. Sinceramente eu curtia muito esse estilo antigamente,rsrsrs, e joguei a maioria dos games que existiam em sites brasileiros (a maioria era em inglês). Quem sabe um dia surja uma sessão para falar deles aqui no blog (esse é um antigo desejo :D). Continuando, a principal diferença entre as visual novels e os eroge/bishoujos games não é nem a presença de sexo ou temas adultos, mas o fato de que nas visual novels a interação do jogador é muito menor do que nos outros games. Basicamente em uma visual novel não temos tantas escolhas quanto em um eroge/bishoujo (que são muito semelhantes à RPGs). O gameplay então consiste em assistir (ler) a história e, muito eventualmente, fazer alguma escolha (que normalmente muda o final do jogo). Ou seja, os "jogos" seriam mais como animes ou mangás de "pobre" (rsrs) do que RPGs. Mas não me entendam mal: apesar da interatividade relativamente pequena, as visual novels costumam ter ótimos enredos e personagens, o que fazem com que o jogador literalmente mergulhe dentro do enredo. E já que estamos falando de "novels", muita gente já deve ter ouvido falar sobre o termo "Light Novels". Essas basicamente são livros com figuras :P Ou seja, não têm tantos desenhos como um mangá, mas também não são só textos como um livro usual. Talvez as visual novels poderiam ser classificadas como "light novels digitais", se levarmos em conta a relação texto/imagens .

FONTE:http://id034.blogspot.com.br/2012/01/heres-culprit-umineko-no-naku-koro-ni.html
Assim como os eroges/bishoujos games, as VN têm como plataforma principal os computadores. E em ambos os estilos de games temos três fatores principais: as ilustrações, a trilha sonora e, obviamente, a história. Uma vez que em relação à outros games as VN são mais simples, não é de se estranhar que existam grupos de fãs que fazem seus próprios jogos nesse estilo de maneira amadora, muitas vezes apenas pela paixão de contar uma boa história. Essas obras produzidas por fãs são chamadas de "doujins" (a palavra quer dizer, literalmente, um grupo de pessoas com um mesmo interesse, ou uma turma). Esse termo com certeza deve ser muito conhecido dos fãs de mangás, uma vez que temos os "doujinshis" que são mangás ou revistas feitas por fãs. Quem leu os posts sobre Pokémon deve se lembrar que a Game Freak (produtora dos jogos) começou exatamente como uma revista feita por fãs de jogos (doujinshi). Isso demonstra o quanto os doujins são importantes dentro do Japão.
Após essa imensa introdução, chegamos até a "07th Expansion", produtora das visual novels de "Umineko". Para quem não sabe, a "07th Expansion" na verdade é um produtora independente e suas obras são classificadas como doujins. Claro que atualmente isso pode ser um motivo de controvérsia, uma vez que suas obras vendem horrores no Japão e até ganharam adaptações em consoles, mas conceitualmente eles ainda se consideram como fãs que fazem jogos para seu próprio prazer.
A 07th Expansion não só se contentou em fazer suas próprias VN, mas também criaram um gênero que eles batizaram de "Sound Novels". Isso, de acordo com eles, significa que suas VN têm como fator crucial a trilha sonora, que serve para criar todo um ambiente dentro do jogo. Para falar bem a verdade, as VN já utilizam da trilha sonora para isso,rsrs. Então vamos fingir que as Sound Novels são um novo gênero, ok? Rsrs.

FONTE:http://fuwanovel.org/novels/umineko-no-naku-koro-ni-1-4-ps3-sprites-voices
A trajetória de sucesso da 07th Expansion e suas Sound Novels se iniciou no ano de 2002, quando eles lançaram o primeiro capítulo do game "Higurashi no Naku Koro ni". Para quem nunca ouviu falar, esse título é um verdadeiro sucesso tanto nas VN quanto nos animes (ele ganhou uma adaptação em 2006). Até hoje a "grife" Higurashi é a obra de maior sucesso da 07th Expansion, tanto que continua ganhando adaptações em animes e outras mídias (uma série em OVA com o subtítulo "Outbreak" foi lançada ano passado e novos episódios ainda estão em produção). A fórmula para o sucesso é uma história de mistério complexa e personagens bonitinhas comentado assassinatos brutais :P

Capa de um dos jogos de Higurashi (FONTE:http://www.giantbomb.com/higurashi-no-naku-koro-ni/3025-1063/games/).
"Higurashi" foi lançado na Comiket 62. A Comiket é a maior feira doujin do mundo e acontece duas vezes ao ano em Tóquio. Lá se encontram os círculos produtores de doujin (em forma de mangás, jogos,etc) e também fãs desse tipo de trabalho. As Comiket são numeradas sequencialmente. Ou seja, depois da Comiket 62 veio a 63 e assim por diante.
Com "Higurashi no Naku Koro ni", a 07th Expansion não só cunhou o termo "Sound Novel" como também estabeleceu algumas "regras" que estariam presente em todas suas VN. A primeira é o lançamento em capítulos ou arcos. O primeiro jogo da série "Higurashi" foi o arco intitulado "Onikakushi-hen" (Capítulo Levado pelo Demônio). A esse arco se seguiram mais três outros, que foram lançados nas outras Comiket (63 à 66). Esses quatro arcos constituíram o primeiro "jogo" da série que posteriormente ficaria conhecida como "Naku Koro ni". Este primeiro jogo é intitulado "Higurashi no Naku Koro ni" que traduzido literalmente seria "Quando as Cigarras Choram". Em 2004, na Comiket 67, a 07th Expansion iniciou o lançamento do segundo jogo da série, que recebeu o título de "Higurashi no Naku Koro ni Kai" (Quando as Cigarras Choram-Solução). Novamente foram lançados 4 arcos, sendo o primeiro chamado de "Meakashi-hen" (Capítulo Olhos Abertos). A essa altura vocês devem estar confusos, mas deixe explicar como isso funciona.

FONTE: http://www.giantbomb.com/higurashi-no-naku-koro-ni/3025-1063/games/
Os arcos de "Higurashi" são divididos em duas categorias: arcos questão e arcos solução. Em um arco questão temos uma história recheada de mistérios que ficam em aberto no final, enquanto nos arcos solução teríamos as respostas para esses mistérios (teoricamente, por que sempre aparecem outros mistérios :S). Basicamente em todos os arcos o que temos é uma repetição dos acontecimentos principais da história, que se passa em uma vila isolada do Japão chamada Hinamizawa, durante um verão de 1983. Fatalmente, em todos os capítulos, um personagem enlouquece e mata de maneira brutal os outros. Conforme o jogador vai jogando os capítulos, ele é capaz de reunir os pedaços da história e decifrar os mistérios. Apesar de cada arco apresentar novamente a mesma história principal, pequenas mudanças acontecem e até mesmo novos personagens surgem. A princípio isso pode parecer estranho, mas eu garanto que é muito divertido :D
A história dos games foi escrita pelo integrante da 07th Expansion conhecido pelo apelido de Ryukishi07. Este é o nome mais conhecido do grupo e não é só o autor dos games da série Higurashi como também da subsequente Umineko.

O autor Ryukishi07 (FONTE:http://www.journaldujapon.com/2012/06/interview-ryukishi07-le-sanglot-des-otaques.html).
Ryukishi07 é aquele autor japonês que não só é muito inteligente mas também completamente pirado em suas ideias,rsrsrs. Todas suas VNs são recheadas de mistério, terror e gore. 
Como eu já disse, "Higurashi" foi um sucesso estrondoso, ganhando adaptações para consoles (PS2, Nintendo DS), mangás, light novels, e, é claro, anime. A série em anime foi lançada em 2006 e produzida pelo Studio DEEN (Samurai X, Ranma 1/2, entre outros) e com a direção de Chiaki Kon (diretora que já dirigiu Bleach, Nodame Cantabile, etc). O primeiro anime, intitulado "Higurashi no Naku Koro ni" adaptou os primeiros quatro arcos e teve 26 episódios. Ele foi seguido em 2007 por "Higurashi no Naku Koro ni Kai", com 24 episódios adaptando os quatro últimos arcos. Além disso saíram alguns OVAs. "Higurashi" é uma série muito boa e recomendada para os fãs de mistério e terror, e com certeza merece um post só para ela aqui no blog (esse é um antigo desejo meu também :P). Em 2008 a história ganhou uma adaptação em live-action na forma de longa-metragem (que eu também vi ontem,rsrs). Espero falar de "Higurashi" um dia aqui no blog, mas vamos falar agora de "Umineko"!

- Umineko no Naku Koro ni: a sequência do fenômeno!

FONTE:http://downdaily.blogspot.com.br/2011/06/umineko-no-naku-koro-ni-bd-720p.html
Após o estrondoso sucesso de "Higurashi", os fãs se perguntavam qual seria o próximo lançamento da 07th Expansion. Este ocorreu novamente na Comiket, em sua edição 72, no ano de 2007. A nova obra foi intitulada "Umineko no Naku Koro ni" (Quando as Gaivotas Choram). Oficialmente Umineko é parte da franquia "Naku Koro ni", mas conta uma história diferente dos outros jogos. Aqui Ryukishi07 tem uma ideia mais ambiciosa e o enredo é ainda mais voltado para as histórias de mistério e assassinatos dos antigos contos de detetive. Novamente temos o lançamento em arcos ou capítulos, só que dessa vez não temos os chamados capítulos solução. Ao invés disso eles foram batizados de capítulos centrais. A solução viria então dos próprios jogadores, que poderiam formular teorias e decifrar os mistérios através das pistas presentes em cada jogo. Os quatro primeiros arcos (questão) fazem parte de "Umineko no Naku Koro ni", enquanto que os quatro últimos (centrais) fazem parte de "Umineko no Naku Koro ni Chiru" (Quando as Gaivotas Choram- Colapso). Além dos jogos "oficiais", foram lançados dois outros discos que trazem dicas dos fãs ou histórias alternativas, assim como ocorreu com "Higurashi".
Do mesmo modo que seu antecessor, "Umineko" também ganhou adaptação para outros consoles (PS3, PSN) e até um game de luta o_O
Aqui eu devo esclarecer uma coisa: tanto Higurashi quanto Umineko possuem uma arte extremamente simplista (para não dizer feia :P) e em seus ports para os consoles as artes melhoraram muito. Acontece que os games originais são desenhados pelos próprios autores da 07th Expansion e digamos que eles não manjam muito,rsrs.

Saca só a arte original dos games :P  (FONTE:http://keikakudoori.files.wordpress.com/2009/12/of-course-not.jpg).
Em 2009 "Umineko" ganhou uma adaptação em formato de anime, novamente pelo Studio DEEN e com direção de Chiaki Kon. A série contava com 26 episódios, adaptando os quatro primeiros arcos e todos esperavam um sucesso igual à Higurashi. O resultado, porém, foi totalmente diferente: Umineko foi considerado um fracasso e os fãs dos jogos originais meteram o pau na série. Segundo eles a adaptação foi muito simplista e as centenas de horas do jogo não foram transpostas para a telinha. Como consequência da baixa aceitação, o Studio DEEN não produziu uma segunda temporada, como houve com Higurashi. Isso resultou em um "final" que não é realmente um final, deixando mistérios em aberto e o espectador com uma enorme cara de "Hã?! Que diabos aconteceu?" ao assistir o último episódio. Isso obviamente se deve ao fato de que os arcos adaptados são arcos questão e as soluções (ou quase) viriam nos próximos quatro arcos. Mas afinal: o anime é realmente ruim para quem nunca viu os jogos, ou isso é coisa de fanboy? Vamos descobrir agora!
Ah, antes: tanto Higurashi quanto Umineko (os jogos) já ganharam lançamentos oficiais nos EUA, onde a série ficou conhecida como When They Cry (quando eles choram). Higurashi e Higurashi Kai são "When They Cry 1" e "When They Cry 2", enquanto Umineko e Umineko Chiru são os capítulos 3 e 4 ;)

- Bem vindos à ilha Rokkenjima!

FONTE: http://www.anbient.net/tv/umineko-no-naku-koro-ni
A história de "Umineko" se passa na ilha Rokkenjima, uma ilha isolada no Japão que pertence a família Ushiromiya. Todo ano a família se reúne na ilha, onde mora o patriarca da famíla Kinzo Ushiromiya, para um tipo de reunião anual. O enredo começa em uma dessas reuniões, no ano de 1986, quando Battler Ushiromiya, neto de Kinzo, volta a ilha após 6 anos de ausência. Lá ele se reencontra com suas primas Jéssica, Maria, seu primo George e seus tios e tias. Além de Kinzo, na ilha vivem os empregados da mansão e Krauss Ushiromiya (filho mais velho de Kinzo e tio de Battler) com sua mulher Natsuhi e a já citada Jéssica, filha dos dois. A reunião desse ano é importante pois Kinzo está doente e o médico da família, Dr. Nanjo (que também está na ilha) diz que o patriarca só tem no máximo mais três meses de vida. Não é preciso ser nenhum detetive para sacar que os filhos estão doidos para saber como vai ser a divisão da herança e mais importante, quem será o novo líder da família Ushiromiya. Só que as coisas são mais complicadas do que parece... Ao chegar na mansão, Battler e os outros notam um enorme quadro de Beatrice, a Bruxa Dourada, no hall de entrada junto de um misterioso epitáfio que, se decifrado, mostra o paradeiro de duas toneladas de ouro. Segundo a lenda, após a Segunda Guerra Kinzo estava quebrado e teria feito um pacto com a tal bruxa Beatrice, a qual teria dado seu ouro para o velho em troca de sua alma. Obviamente a família não acredita nisso, só que tudo muda quando a bruxa envia uma carta através da menininha Maria e diz que fará um jogo com os convidados: se um deles decifrar o enigma do epitáfio, ela abriria mão do ouro, porém se ao final da noite ninguém conseguir, todos vão morrer e ela tomará o ouro de volta. Ou seja, a bruxa veio cobrar a dívida. 

Maria é um anjo, só que não :P FONTE:http://www.templeofmick.com/blogw/wp-content/uploads/2010/12/Umineko_no_Naku_Koro_ni_-1.png
Enquanto os convidados começam a suspeitar uns dos outros, a suposta bruxa começa seu jogo e logo 6 convidados são encontrados mortos dentro de um galpão, com os rostos completamente desfigurados. Battler se recusa a acreditar que existe uma bruxa na ilha e junto com os sobreviventes passam a tentar sobreviver aos ataques do assassino. Conforme as mortes vão ocorrendo, os primos descobrem que tudo está ocorrendo segundo o ritual descrito no epitáfio e que após oito partes do ritual (sendo que cada parte é chamada de um crepúsculo), supostamente a Bruxa Dourada ressuscitaria e todos os sobreviventes seriam mortos. No meio de tudo isso a misteriosa Maria parece saber o que está ocorrendo e mesmo conhecer a bruxa Beatrice. Apesar da resistência de Battler, o 9º Crepúsculo finalmente chega e a Bruxa Dourada aparece!

- Estilo Higurashi de ser!

FONTE:http://img254.imageshack.us/img254/3234/mariauu.jpg

Como eu já havia dito, Umineko segue a risca a cartilha de Higurashi. Ou seja, a série é dividida em arcos e cada arco se passa nos mesmos dias. Ao final dos 5 primeiros capítulos, temos o desfecho (mal, diga-se de passagem) do primeiro arco e é então que o jogo realmente começa! Após o primeiro ritual ter êxito, Battler não aceita que Beatrice seja a culpada por tudo que aconteceu e nega sua existência. A Bruxa Dourada então aparece na sua frente e o desafia a provar que os crimes não tenham sido cometidos por magia. Battler aceita o desafio e se inicia um verdadeiro jogo de xadrez entre ambos, onde os acontecimentos se repetem e o garoto deve provar que cada assassinato poderia ter sido cometido por um humano.
A ideia parece excelente não? Infelizmente é um daqueles casos em que se tem uma ótima ideia nas mãos, mas a execução não faz jus à ela . Devo adiantar que eu nunca joguei os jogos, nem de Umineko nem de Higurashi, mas minha experiência com ambos os animes foi totalmente diferente. E posso dizer que Higurashi está anos a luz a frente de Umineko.
Cada arco no anime tem um número de episódios diferentes, sendo que eles vão crescendo. O primeiro arco tem 5 episódios, o segundo 6, o terceiro 7 e finalmente o quarto tem 8. Os episódios são numerados da seguinte forma: I-I, I-II, II-III,IV-VI etc. E cada um tem um nome de uma jogada de xadrez. Cada arco tem uma abertura diferente. Na verdade é praticamente a mesma abertura, só que com mudanças nas cenas que aparecem.
De todos os arcos, aquele que parece mais com uma história de mistério é justamente o primeiro. Ele também é o único onde a premissa básica da história faz sentido, que seria a luta de Battler para derrotar Beatrice, provando que as mortes poderiam ser feitas por humanos. Incrivelmente, quando o jogo é exposto (a partir do segundo arco), a batalha de ideias entre Battler e a Bruxa Dourada acaba ficando meio idiota e seu significado é um pouco confuso.
Diferente do que eu faço com outros animes, vou dedicar a próxima sessão para dar minha opinião pessoal sobre Umineko. Devo avisar que ela obviamente vai conter spoilers e caso você não tenha visto o anime ainda, talvez seja melhor pular para a próxima sessão.

- Minha experiência com Umineko!

FONTE:http://baratijasblog.com/wp-content/uploads/2009/08/Umineko-no-naku-koro-ni-09-24.jpg
Meus sentimentos por Umineko são confusos,rsrs. Sinceramente, eu não achei o anime bom, mesmo assim assisti até o final apenas para ver até onde as coisas iriam. Não foi como com Higurashi, onde a história me prendeu. Em Umineko eu encontrei muitas coisas que me irritaram e me fizeram desejar desligar a TV (ou o pc, no caso,rs). Abaixo eu listo alguns "defeitos" que fizeram a obra perder o brilho. Claro que é minha opinião, por isso não me crucifiquem ><;

I- Suspensão de realidade?

FONTE:http://animeratings.files.wordpress.com/2011/05/umi2.jpg
O que fazia Higurashi tão assustador era o fato de que quase esquecíamos que estávamos vendo um anime, principalmente na primeira série. É a chamada "suspensão de realidade", quando uma obra de ficção é capaz de levar a gente para o mundo dela, de modo que coisas absurdas podem até ser aceitas como parte daquela realidade. Minha primeira irritação com Umineko foi exatamente isso: ele é muito "anime" para ser encarado como uma história séria,rs. Não me entendam mal: eu gosto de animes, mas exitem animes e animes! Quando assistimos Death Note ou Monster, estamos mergulhados na história de tal forma que tanto faz se aquilo é um anime ou um filme ou um livro. A história em si se sobrepõe a forma em que é contada. Agora peguem Umineko. Logo de cara temos um cover de Phoenix Wright (da série de jogos Ace Attoney, da Capcom) com o "super realista" nome de Battler. Sério, quem diabos teria um nome desses na vida real?! Isso que todos os outros personagens têm nomes normais, como Maria, Eva, Jéssica, George. E só o progonista tem o nome esquisito??
Fora isso, no decorrer do primeiro arco, fica claro que Maria é uma daquelas crianças endemoniadas que sabem o que está acontecendo. E ela deixa isso muito claro com risadas exageradas e expressões deformadas (outra coisa que me irrita no anime)! Mesmo assim ninguém parece se importar com a menina! Porra, será que eles são tão burros a ponto de não notar que ela claramente está envolvida com a Bruxa Dourada?? A menina chega a defender a vilã várias vezes!
E quando os personagens começam a morrer? Battler e a maioria dos outros personagens não parecem se abalar nem um pouco com a morte de familiares como seus próprios pais! Eles no máximo ficam uma cena consternados e logo passam a agir como antes! A vida no anime parece não ter nenhum valor para ninguém, e não só para a Bruxa Dourada o_O
Agora me diz, como levar a sério uma história assim?

II- Maria e os clichês de anime!

FONTE:http://shounen.chungyc.org/wp-content/uploads/2009/07/maria1.jpg
Sei que já citei ela no item acima, mas Maria merece uma atenção especial. Ela é simplesmente insuportável no primeiro arco! Felizmente sua participação diminui muito nos arcos seguintes e a única hora em que a maioria dos espectadores vão ter simpatia por ela é no arco final. Sério, Maria é muuito chata! Como eu já disse, logo de cara fica óbvio que ela tem envolvimento com a bruxa e ela fica dando aqueles olhares psicopatas das meninas de Higurashi. Ah, sem contar com sua frase bonitinha patenteada "uuuuuu" (se é que isso é frase). Diferente de Rika, de Higurashi, cujo "Nipaaa!" era adorável, Maria só consegue ser irritante com isso. Tanto que muitos vão aplaudir de pé quando sua mãe bate nela (sei que isso é crueldade, mas quem conhece Maria sabe que ela merecia muito mais no primeiro arco). Fora que ela é o supra sumo do clichê dos animes de terror. A menininha que parece ter envolvimento com o sobrenatural e tem uma segunda personalidade má. Maria é praticamente uma cópia das personagens bonitinhas e loucas de Higurashi! 
Apesar de ser o ícone dos clichês em Umineko, Maria não é a única falta de criatividade no anime. Temos os obrigatórios risos diabólicos das vilãs e aquele olhar em que um olho fica maior que o outro. Novamente o anime quer nos lembrar o tempo todo que estamos vendo um legítimo anime, com todos os seus maiores clichês. E por falar nisso...

III- Fanservice ><;

FONTE:http://images6.fanpop.com/image/photos/33400000/Umimeko-No-Naku-Koro-Ni-umineko-no-naku-koro-ni-33428768-1268-714.jpg
Isso é uma coisa que já existia em "Higurashi", mas que aqui foi elevado à níveis estratosféricos! A todo momento a série parece ter sido feita para tarados que gostam de menininhas bonitinhas. Talvez a prova máxima disso sejam os "7 Pilares do Purgatório", que são demônios com corpo de menininhas bonitinhas e vestindo roupas sexys. Isso sem falar da empregada Shannon e as próprias bruxas. Mas o que mais me deixou com raiva com certeza foi o papel de Beatrice no terceiro arco, onde a cruel Bruxa Dourada começa a se apaixonar por Battler! Pela mor de Deus! Qual foi o sentido disso além de satisfazer os escritores de fanfictions?? 
Uma consideração a cerca disso é que como os jogos originais são doujins é normal esse tipo de coisa. E as próprias VN também bebem muito das fontes dos eroge, ou seja sempre tem uma sacanagem no meio,rs. Já que citei isso, reparem que os personagens nos games doujins são algumas vezes referências a personagens famosos de outras obras. Como citei antes, Battler é praticamente um cosplay do personagem Phoenix Wright. Ou seja, mesmo vendendo horrores, o pessoal da 07th Expansion ainda mantêm aquela veia doujin em suas obras :P
E já que citei os "7 Pilares do Purgatório"...

IV- Ocidentalização e Demonologia leviana...

FONTE:http://expoexpo.files.wordpress.com/2009/07/xfg.jpg
Isso não é uma crítica, mas fica óbvio que Umineko é muito mais Ocidental do que Higurashi era. Na verdade a série é uma mistura doida de japoneses com ocidentais. Isso inclui os nomes dos personagens, as construções e até a temática da magia. Fora as letras da música de encerramento. 
Só que ao menos no anime tudo parece muito, mas muito leviano. A impressão que fica é que o autor simplesmente pegou alguns nomes que ele achava legal e batizou seus demônios com eles :S Para vocês terem uma ideia, os "7 Pilares do Purgatório" têm nomes de sete demônios "reais", como Satã e Mamon. Só que o autor preferiu representar esses poderosos coisas-ruim do Inferno como menininhas bonitinhas ¬¬ Não faltam também pentagramas, referências à Bíblia e até mesmo bodes para atacar os heróis. O estranho é que nunca sabemos se esses demônios são bons ou se a magia é cinza (nem boa nem má) :S No final, para um ocidental católico como eu, fica a impressão de que o autor simplesmente pegou os nomes para tudo ficar mais cool ><;
E por falar nisso...

V- A visão de Deus e uma premissa equivocada

FONTE:http://baratijasblog.com/wp-content/uploads/2009/08/Umineko-no-naku-koro-ni-05-08.jpg
Finalmente, o fato que mais me incomodou: a premissa central da história é totalmente equivocada! Basicamente o que temos é o jogo de intelectos entre Battler e Beatrice, onde o garoto quer provar que bruxas não existem, explicando cada assassinato de maneira racional. Acontece que do segundo arco em diante Battler fica em uma sala branca de outra dimensão com Beatrice, vendo tudo que acontece no novo jogo, onde inclusive ele está presente. Ou seja, como diabos posso explicar que tudo foram truques e ilusões se eu mesmo estou em uma dimensão mágica, me vendo tomar parte em eventos onde os assassinos estão claramente sido cometidos com mágica?! Chega uma hora que até Battler admite o absurdo disso, quando vê a luta de duas bruxas no jardim da mansão! O único modo dessa premissa funcionar seria se tanto Battler quanto os espectadores não tivessem a chamada "visão de Deus" (capacidade de ver todos os eventos ocorrendo dentro do anime). Isso é o que mais me deixou triste, pois se nós (e Battler) não testemunhássemos todas as mortes mágicas provocadas por Beatrice e seus demônios, teríamos um verdadeiro duelo de inteligência entre a Bruxa Dourada e Battler, sendo que a questão se tudo era magia ou obra de um assassino humano ficaria no ar. Como já disse, eu não joguei os games, mas a premissa da história só me leva a crer que neles tudo é mais sútil e em nenhum momento Battler presencia todos os eventos em tempo real. Afinal, só isso explicaria ele continuar negando a magia e lutando contra Beatrice. Porém eu tenho uma outra teoria que também justificaria isso: Battler está negando a magia simplesmente porque quer derrotar Beatrice e o jogo em si seria então provar que nenhuma magia é "mágica" o suficiente para criar um evento (ou assassinato) que não possa ser explicado por métodos humanos. Isso explicaria tudo, mas Battler, durante o anime, age mais como alguém que não acredita mesmo em magia, do que alguém que pensa do modo que eu falei. Ou seja, ele é um idiota teimoso :S

- Finalizando...

FONTE:http://baratijasblog.com/wp-content/uploads/2009/08/Umineko-no-Naku-Koro-ni-07-47.jpg
"Umineko no Naku Koro ni" é um daqueles animes que tinham um grande potencial, mas cuja forma de conduzir a história enfiou tudo no nariz :P Sinceramente, é difícil recomendar ele para qualquer tipo de fã. Quem jogou o jogo original odiou. Quem gostou de "Higurashi" também odiou. Quem começou a assistir, como eu, provavelmente não vai gostar e só vai terminar para ver o que tem no final. Ou seja, se você é um fã de histórias de mistério inteligentes, "Umineko" na verdade vai parecer um enorme engodo, por ter tudo para ser uma grande batalha de intelectos (estilo Light x L em Death Note), mas no fim não passar de uma grande baboseira orquestrada por bruxinhas bonitinhas e cruéis. Bom, talvez o que compensa são as cenas gores, que estão entre as mais bizarras já vistas. Mesmo assim, ponto negativo para o Studio DEEN por esse anime e está perfeitamente explicado porque não houve uma segunda temporada até hoje. E eu duvido que ela saia um dia.
Obrigado pela leitura e até mais!

P.S.: Outro anime de sucesso baseado em uma VN é o polêmico "School Days" ;) 


6 comentários:

  1. O anime não faz jus ao jogo. É uma Visual Novel que não funciona bem como um anime, justamente por causa da troca entre a arena do jogo em si e a sala de Beatrice. Recomendo fortemente a Visual Novel. E não se prenda a preconceitos cristãos, os nomes dos demônios são bem pensados, e não aleatórios. As 7 estacas do purgatório são os demônios presentes na Divina Comédia de Danta, bem como Beatrice é o guia de Dante do Inferno até o Paraíso. Os nomes dos ajudantes de Beatrice são inventados por Maria, que tem profundo conhecimento em magia, isso aparece claramente na VN. Muitos desses nomes são extraídos da goetia, e Crowley explicou muito bem que demônios nada mais são que antigas divindades destronadas com o advento do cristianismo. Não quero me estender mais, mas sua visão sobre demonologia é muito equivocada, não critique sem ter base para tanto. A única coisa problemática em Umineko é a mudança do foco, que começa com uma tentativa de provar que os crimes poderiam ser feitos por humanos, e termina com uma história de amor.

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    1. Como eu disse Juca, apesar de não ter jogado as VNs acredito que isso é bem mais explorado nela. E concordo com você que essa mudança de foco acaba frustrando a gente. Obrigado pelo comentário :D

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  2. "Quem jogou o jogo original odiou" Wut??? Eu joguei, e não odiei. Amei! Beatrice estava fingindo no 3 arco para enganar Battler. A verdade é que Beatrice é uma atriz esplêndida kkk ( a própria Lambdadelta fala isso kkk). Beatrice denominou essa estratégia de fingição de "Vento do Norte e o Sol" que é uma lição de moral de uma fábula. Ser amável com o Battler para ele pegar simpatia por ela e enganar ele. Ela não estava apaixonada por Battler (não ainda, realmente o que o colega de cima falou é verdade...o final realmente termina com uma história de amor. Não acho isso ruim, mas para muitos foi). Mas sobre o objetivo dos primeiros 4 arcos, eles não se desviaram. Foi muito pelo contrário, o objetivo focou muito mais, [SPOILERS] pois após a morte de Ange, Battler decidiu que definitivamente quer derrotar Beatrice para salvar sua família e sua irmã que está fadada a crescer solitária. O jogo é incrível... O negócio de Umineko é que ele é muito MUITO subjetivo.

    Sobre a Maria, no anime ela é muito esquisita kkkkkkk na VN ela não fica com cara de psicopata retardada o tempo todo. Além disso, é explicado o porquê deles não falarem nada sobre o comportamento dela. Eles acham que Maria por gostar muito de bruxas, quer ser igual a elas e por isso criou uma outra personalidade diferente da dela (algo mais ou menos assim que foi explicado na VN). No anime cortaram um monte de coisa, principalmente explicações que eram as mais essenciais! como no final onde Bernkastel e Lambdadelta falam que Beatrice é a "Boneca" delas, e que ela não tem chances de ganhar, mas se ela tiver em vantagem, elas vão ser grandes inimigas de Beatrice. E Lambdadelta ainda falou que que a verdade vermelha da Beatrice era cheia de buracos e as verdades azuis de Battler eram incorretas, em seguida, ela explicou algumas contradições. Achei no geral Umineko bem original... Eu gostei muito. Na VN, tudo é explicado, como por exemplo: Por que Battler vê as batalhas mágicas na sua frente e ainda se nega a acreditar na magia? Isso é explicado a partir do paradoxo do "Gato de Schrödinger". Umineko é uma batalha de lógicas retorcidas. Remover as explicações para isso é a mesma coisa que matar a obra. É por isso que esse anime da DEEN é um lixo! Eles não colocaram as explicações praticamente pra nada! Até eu se assistisse só o anime acharia Umineko ridículo. Sem contar que o anime ficou extremamente corrido. Sério. Isso não é mimimi de fanboy/fangirl, o anime realmente é um exemplo nato de péssima adaptação e direção. Por culpa da DEEN, Umineko virou piada! Esse estúdio só faz merda, não confio em nada que vem deles. Por gosto pessoal, prefiro a VN de Umineko a de Higurashi. Mas o anime, obviamente a de Higurashi é 1000000 vezes melhor.

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    1. Esqueci de dizer que quando eu digo que tudo é explicado, eu quero dizer em questão do jogo de lógica entre ele e a Beatrcie, e coisas algumas coisas sobre relacionadas ao mistério principal kkkkkk, mas sobre o mistério geral mesmo, muitas coisas ficam em aberto para formulação de teorias.

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    2. Obrigado pelo monetário Bonnipel. Então, realmente, para quem só assistiu o anime (como é o meu caso) o enredo não ficou tão bom como parece ser o da VN. Ah, quando eu disse "que quem jogou o jogo odiou", quis dizer que a maioria dos fãs do jogo original não gostaram do anime, não do jogo. Você parece ter aproveitado o anime pelo falo de conhecer bem a VN e sacar as coisas que ficaram de fora. Mas realmente, para quem não conhece o enredo da VN a fundo, o anime não consegue passar os mesmos sentimentos.
      Muito obrigado pelos comentários novamente :D

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    3. Obrigado pelo monetário Bonnipel. Então, realmente, para quem só assistiu o anime (como é o meu caso) o enredo não ficou tão bom como parece ser o da VN. Ah, quando eu disse "que quem jogou o jogo odiou", quis dizer que a maioria dos fãs do jogo original não gostaram do anime, não do jogo. Você parece ter aproveitado o anime pelo falo de conhecer bem a VN e sacar as coisas que ficaram de fora. Mas realmente, para quem não conhece o enredo da VN a fundo, o anime não consegue passar os mesmos sentimentos.
      Muito obrigado pelos comentários novamente :D

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