 |
| FONTE:http://www.ffforever.info/pics/game/_covers/dq80b_u.jpeg |
Fala moçada! Tudo bem? Hoje vou falar de um RPG que tem me tomado muitas horas do fim de semana: "Dragon Quest VIII"! Square-Enix + Akira Toriyama= um jogaço! Bom, mas a verdade é que a franquia "Dragon Quest" já é velha conhecida dos fãs de RPG e no Japão é uma verdadeira febre desde a época do Nintendinho. Mas será que este oitavo capítulo faz jus ao nome da série? Vamos descobrir!
Boa leitura e não deixem de comentar!
R.
 |
| FONTE:http://3.bp.blogspot.com/-4LhYLRyf2O4/UlP7czHFi2I/AAAAAAAAFSU/R4D264pDJYs/s1600/maxresdefault.jpg |
Dragon Quest: se você é fã de RPG e nunca jogou nenhum game da série, perdeu parte da história desse gênero de game nos consoles. 1986: o ano em que os japoneses piraram com o lançamento do primeiro game. Lançado pela Enix para o NES, o jogo é criação de Yuji Horii e teve a arte desenhada por Akira Toriyama (Dragon Ball). Para completar o time, temos Koichi Sugiyama como compositor e Koichi Nakamura na direção.
 |
| Yuji Horii, o "paizão" de Dragon Quest (FONTE:http://media.tumblr.com/tumblr_l8nnixSVRp1qzpbds.jpg). |
Essa formação ainda se repetiria por muitos e muitos títulos da série, sendo que até este ano Dragon Quest contava com 10 jogos na série principal (fora os spin-offs). O último foi lançado em 2012, para Wii.
Durante muito tempo Dragon Quest e Final Fantasy competiram lado a lado pela atenção dos fãs japoneses, até que em um daqueles lances da vida, as duas produtoras rivais (Enix e Square) se fundiram e as duas maiores séries de RPGs foram morar na mesma casa :P Não estou aqui para falar qual é a melhor, mas devemos lembrar que Dragon Quest veio primeiro e a Square, na época, desenvolveu Final Fantasy exatamente para desbancar o sucesso da rival, usando o que ele tinha de melhor e aprimorando o que muitos consideravam falhas.
Uma curiosidade sobre a série é que no Ocidente (mais precisamente nos EUA) ela foi lançada como "Dragon Warrior" (deve ter algum motivo, mas desconheço), ficando com este nome até justamente o oitavo capítulo da série. Ou seja, "Dragon Quest VII" é o primeiro game da saga Dragon Quest lançado no Ocidente com o título original. Também é o primeiro desenvolvido pela "Level-5" (Dark Cloud e Rogue Galaxy). Mas ainda temos Yoji Horii no designer do game (como sempre) e Akira Toriyama cuidando da arte, fora as músicas de Koichi Sugiyama.
- Um RPG à moda antiga...
 |
| FONTE:http://www.hardcoregaming101.net/dragonquest/dq8-29.jpg |
Devo confessar pra vocês que mesmo sabendo do peso que o nome "Dragon Quest" tem no mundo dos games, tive muito pouco contato com a série. Antes deste título, só havia jogando um pouco de DQ VI para Super Nintendo no emulador (que eu me lembre acho que este game nem sequer foi lançado oficialmente nos EUA) e também os jogos da série spin-off "Dragon Quest Monsters" (um tipo de Pokémon com os monstros de DQ) no emulador de Game Boy. Mesmo assim, gostei muito do pouco que joguei. Até com Final Fantasy não foi diferente: só joguei FFVI (ou III nos EUA) no emulador de SNES! É pessoal, confesso que ainda tenho muito que aprender sobre RPGs clássicos ^^:
Contudo, posso dizer que DQVIII é um RPG no estilo clássicão mesmo. Nada de batalhas em tempo real ou inimigos visíveis no mapa, aqui o esquema é batalha por turnos e encontros aleatórios. E ainda temos o nível de dificuldade lá em cima, com pouco EXP por batalha ganha, o que garante um aumento no tempo de jogo. Muita gente pode chiar com esse estilo mais retrô do game, mas a verdade é que isso só faz dele fiel ao espírito original da franquia. E com o tempo você se acostuma. Fora que "Dragon Quest" sempre foi conhecido por ser um game gigante em que você tem que gastar horas e horas para cumprir todos os objetivos (tanto que certos autores de mangás até abandonam o trabalho por um tempo para se dedicar ao joguinhos, o autor de HunterXHunter que o diga ><;)
 |
| FONTE:http://www.hardcoregaming101.net/dragonquest/dq8-18.jpg |
Além das mecânicas de jogo e dos inimigos clássicos da série (como o famoso Slime azul), DQVIII também possui a tradicional visão de batalha onde só vemos os monstros e até os poços onde podemos descer para encontrar itens escondidos (como em DQVI), fora as "mini medalhas" que já tiveram vez em jogos passados. Ou seja, quem já jogou um título da série (nem que seja pouco, como eu) vai encontrar várias coisas em comum.
- A jornada épica em um mundo gigantesco...
 |
| FONTE:http://images3.wikia.nocookie.net/__cb20110513173214/nonciclopedia/images/7/71/Dragon_quest_8_screen.jpg |
Assim como em Final Fantasy, os jogos da série não são exatamente continuação uns dos outros (ainda que alguns girem em torno de temas parecidos ou em uma mesma região, sendo então agrupados em "capítulos" ou "sagas" dentro da cronologia do título) e assim este oitavo capítulo pode ser jogado de boa por quem nunca ouviu falar de Dragon Quest. Lançado em 2004 no Japão, "Dragon Quest VIII: Journey of The Cursed King" (no original o subtítulo é muito mais longo, podendo ser traduzido como "Dragon Quest VIII: O Céu, O Oceano, a Terra e a Princesa Amaldiçoada" O_O) apresenta um mundo gigantesco e totalmente explorável em 3D, com os personagens tendo visual em cel-shedding (o que faz com que eles pareçam mais com animes). Sério: o grau de liberdade é incrível! Você simplesmente pode sair por ai explorando o mundo como bem entender! Claro que no caminho você terá dúzias de monstro te esperando em encontros aleatórios... Mas o jogo não é linear e nem é daquele tipo em que você tem uma falsa sensação de liberdade. Aqui você tem tanta liberdade que é comum se perder por aí e não saber o que fazer em seguida. Ou mesmo ir para um área antes do tempo previsto para a história (aconteceu comigo hoje mesmo :P). O divertido é que você pode conversar com sua equipe no mapa e algumas vezes eles criticam o fato de você ficar por aí andando sem saber que rumo tomar, com comentários muito engraçados,rs.
 |
| FONTE:http://ps2media.ign.com/ps2/image/article/666/666876/dragon-quest-viii-journey-of-the-cursed-king-20051116001115384.jpg |
A história do game é até que simples: tudo começa com o protagonista (que não tem nome, você que batiza, mas o padrão é "Hero", como em todo Dragon Quest) acampando com um glutão chamado Yangus e um monstrengo verde chamado de Rei Trode, além da égua Medea e o ratinho de estimação do nosso herói, chamado Muchie. De cara já partimos para uma batalha contra Slimes e aprendemos os comandos básicos do game. Conforme a história se desenrola, descobrimos o passado dos personagens: o Rei Trode era mesmo um rei (ah vá :P) e vivia tranquilamente com sua filha Medea em um castelo no reino de Trodain. Isso até surgir um palhaço (bobo da corte) chamado Dhoulmagus. Este usa o poder de um cetro misterioso para destruir o reino todo e transforma o rei em um monstrengo verde e sua filha em égua. O herói do game (que no meu caso tem meu nome, Rafael :P) era um guarda no castelo e é o único sobrevivente além do rei e da princesa. Como ele é fiel ao rei, resolve partir junto dele e Medea para perseguir Dhoulmagus e fazer com que ele pague por seus crimes, além de tentar achar uma cura para a maldição do Rei Trode e sua filha.
 |
| O Rei Trode e Muchie (FONTE:http://ps2media.ign.com/ps2/image/article/666/666876/dragon-quest-viii-journey-of-the-cursed-king-20051116001116118-000.jpg). |
Como eu disse antes, quando o game começa Yangus já faz parte da nossa equipe e só mais para frente é que descobrimos como ele conheceu Rafael (vou chamar ele assim :P), o rei e Medea. Na verdade o glutão era um ladrão que cobrava pedágio por quem passava na "sua" ponte. Mas ele se arrepende quando Rafael salva sua vida (hehe) e acaba seguindo ele, o chamando de "guv" (de governador :P).
Na primeira parte da história, seguimos a trajetória de Rafael, Yangus, Rei Trode e Medea atrás do paradeiro de Dhoulmagus. Durante essa busca, encontramos Jessica e Angelo. Não vou estragar a história, mas os dois acabam entrando na equipe por serem prejudicados por Dhoumagus e juntos o quarteto de guerreiros parte para quebrar a cara do palhaço fanfarrão :P
Eu ainda não terminei o game, mas pelo que já joguei posso dizer que a história e, principalmente, os personagens são muito bem escritos! Quando você conhece melhor os personagens fica impossível não gostar deles e torcer por eles. Você acaba entrando na pele do protagonista, o que deve acontecer em todo bom RPG. Ah, para variar nosso protagonista é o tradicional personagem principal mudo de RPG :P Ele não fala (até seria legal se isso fosse maldição do Dhoulmagus, mas não é,rs). Isso só serve para incorporarmos ainda mais ele.
 |
| FONTE:http://www.tecnologici.net/wp-content/uploads/2013/12/dragon-quest-8-1.jpg |
Mesmo os personagens secundários e as side quests (que são muitas) possuem histórias bem elaboradas ou características únicas que fazem com quem o mundo do game fique muito mais rico. Até agora eu tenho "apenas" 20 horas de game, mas a história já me cativou e estou ansioso para ver o que o destino reserva para os personagens e sua busca.
- O sistema de jogo...
 |
| FONTE:http://images.slashdot.org/articles/05/12/quest2.jpg |
Como já foi dito, o sistema do jogo é clássico dos RPGs: batalhas por turnos, ganho de experiência e dinheiro, encontros aleatórios, etc. Nada de muitas novidades.
Cada personagem pode equipar três tipos de armas diferentes (o herói, por exemplo, pode equipar espadas, lanças ou bumerangues), além de poder ficar sem arma e atacar na mão mesmo. Além disso, cada personagem tem uma qualidade diferente (Coragem, Charme,etc) que pode ser upada através dos Skill Points. Toda vez que passamos de nível, além do EXP, ganhamos Skill Points que devem ser distribuídos entre as três armas, a luta desarmada e a tal qualidade. Mas para que isso serve? Para ganhar Skills! Podemos ganhar Skills para as armas (que só podem ser usadas quando estamos equipando a arma daquela Skill) e também gerais para o personagem (upando sua qualidade). Normalmente ganhamos novas Skills para armas e combate desarmado quando subimos de rank nessa modalidade (indo de Espadachim para Guerreiro, por exemplo). Algumas armas atacam vários inimigos de uma vez (o que vai ser muito útil contra a horda de inimigos que às vezes inundam a tela de batalha), enquanto outras podem ter efeitos especiais (como envenenar ou paralisar o adversário).
 |
| FONTE:http://www.mobygames.com/images/shots/l/141164-dragon-quest-viii-journey-of-the-cursed-king-playstation-2.jpg |
Além das "Skills", temos as tradicionais magias, chamadas "Spells". Estas são aprendidas conforme passamos de nível e, assim como as Skills, consomem MP (Magic Points). Algumas Spells e algumas Skills podem ser usadas fora das batalhas, para curar ou mesmo teleportar a equipe para alguma cidade já visitada (uma coisa muuito útil, principalmente quando estamos perdidos, o que não é raro). Fora isso também temos os comandos "Psyche Up" (em que o personagem "queima" um turno para concentrar energia e deixar seu ataque mais potente), "Defense" (não atacamos, só ficamos nos defendendo), "Intimidate" (onde tentamos assustar os monstros para eles fugirem da batalha) e "Flee" (a tradicional "saída pela esquerda", que na maioria das vezes falha e nos deixa prontos para uma seção de porrada :P).
Podemos equipar os personagens com itens encontrados nas dungeons ou comprados em lojas, e o legal é que a aparência deles muda tanto no mapa como na luta :D Jessica até muda de roupa (gozado que só a mulher muda de roupa, porque será né? Hehe). Fora que temos mudança de dia e noite no mapa, sendo que o céu vai mudando gradualmente, em um efeito muito bonito :D
Como vários jogos já fizeram antes, em Dragon Quest VIII podemos também combinar itens e criar novos objetos ou armas! Isso é feito através do Pote de Alquimia, que fica no vagão puxado por Medea (tadinha da princesa :S). Durante as viagens e explorações pelo mundo, encontramos novas receitas para usarmos no Pote e podemos criar armas, escudos e armaduras mais poderosas para nossos personagens.
É possível também escolher quando dos personagens vai aparecer andando pelo mapa do game (só um aparece caminhando) e os controles incluem visão em primeira pessoa para admirar a beleza desse mundo vivo.
Tirando os encontros aleatórios com monstros, temos também situações em que vemos os monstros no mapa. Estes monstros "especiais" costumam ser um pouco mais fortes e deixam após sua derrota moedas de cobre, que podem ser colecionadas ou vendidas à alto valor. O jogo também tem uma tela que contabiliza dados da sua jogatina até o momento, como milhas percorridas, número de batalhas ganhas, monstros derrotados, etc. Além de um compêndio reunindo os inimigos que já encontramos, que mostra além de imagens dos monstros, características e os locais onde eles são encontrados (tipo uma Pokedex :P).
Como devem ter notado, apesar de simples, o sistema do jogo também contém muitas opções para entreter os jogadores. Podemos inclusive programar os personagens para assumir táticas nas batalhas (como atacar com tudo ou usar só magia) invés de termos que ficar dando comandos para eles.
- Os poucos pontos que incomodam a gente...
 |
| FONTE:http://static.ibxk.com.br/bj/images/games/000/000/872/screenshots/19713/img_normal.jpg |
Apesar de tantos pontos altos, o game também tem algumas coisas que incomodam. A principal é o sistema de encontro aleatórios. Eu sei que isso já é uma tradição em RPGs, mas todos sabemos o quanto é chato ir de uma cidade à outra para cumprir algum objetivo na história e termos que enfrentar dezenas de batalhas no caminho. Claro que existem itens ou skills que atenuam esse problema, mas mesmo assim existem horas que a exploração acaba ficando muito maçante por conta da quantidade de monstros que estão doidos para acabar com a raça da nossa equipe. Isso nos leva a outro problema: a quantidade absurda de EXP necessária para upar os personagens! Como eu já disse antes, conto até o momento com umas 20 horas de jogo e vocês sabem qual é o nível do meu personagem principal? 24. Ou seja, eu devo ter upado um nível a cada uma hora de jogo! Por aí vocês já devem ter uma ideia de quanto é demorado subir de nível neste game. Mas isso também pode ser uma qualidade, uma vez que mesmo com tantas horas de jogo acredito que não alcancei nem metade do game.
Ainda sobre o sistema de ganho de EXP: os inimigos de uma mesma área não parecem enfraquecer conforme subimos de nível, mas a quantidade de EXP que eles fornecem após a derrota continua a mesma :S Ou seja, temos aqui uma receita para muitas horas de jogo e poucos ups nos levels dos personagens. Receita clássica de um RPG das antigas.
Pensando bem, acredito que esses dois itens (encontros aleatórios e EXP para subir de nível) são as únicas coisas que me incomodaram até agora no jogo. De resto, temos só motivos de sorrisos :D
Ah quase me esqueci! Outro ponto horrível é a música do mapa! Não que ela seja ruim, só que existe uma só faixa para o mapa e ela se repete o jogo todo! Chega uma hora que você quer deixar a tevê no mudo para não ouvir mais aquela música! Poxa Sugiyama, custava criar outras faixas para usar no mapa?! ><;
- Finalizando...
 |
| FONTE:http://d3ieicw58ybon5.cloudfront.net/ex/640.400/0.115.360.226/u/bbc432311d1f4e8992ddaa3d1cde5d42.jpg |
Como diria o Neto da Band: "Dragon Quest VIII é um baita jogo" :P Com gráficos belos e uma história épica digna de um anime tipo "One Piece", "Dragon Quest VIII" é um dos melhores RPGs que eu já joguei e tem me garantido horas e mais horas de batalhas e diversão. Com certeza recomendado! E espero terminar ele, pois acredito que ainda tem muito mais por vir, até mesmo no quesito jogabilidade ;)
Obrigado pela leitura e até mais!
NOTA: 8,5/10 (muitos não vão ter paciência para tanto de tempo de jogo, mas para os fãs de RPGs é indispensável)
Nenhum comentário:
Postar um comentário