domingo, 16 de fevereiro de 2014

Nanquim&Celulóide # 11: Le Portrait de Petit Cossette (2004)

FONTE:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRKgquZtSFnsxRenrePPrtyuY2Wbz7SezXq6hYJVn5LsMZSO2MrqTUHD6L6Ik_xN6eRLQAmAFTL4stRiemphj7NljqM2t_-C5hKhHHlJkdB7G4dFHLujpoQKM-ZRemp05u73dBEbO4UALs/s1600/leportraitdepetitcossette3ty.jpg
Fala moçada! Tudo bem? O que estão achando dos posts de 2014? Espero que estejam curtindo. Hoje vou falar de um anime curtinho e até meio desconhecido, mas que consegue chamar a atenção pela sua história e, principalmente, a forma como é contada: "Le Portrait de Petit Cossette". Então se ajeitem na cadeira e vamos conhecer a trágica história de Eiri e Cossette.
Boa leitura e não deixem de comentar!
R.

- Cossette: gothic lolita.

FONTE:http://images6.fanpop.com/image/photos/32800000/petit-cossette-le-portrait-de-petit-cossette-32831210-580-320.jpg
A primeira vez que ouvi falar de "Le Portrait de Petit Cossette" foi lendo uma resenha no site "Animetric". A propósito, este site é MUITO BOM. Ele tem resenhas sobre animes, OVAs, H-games, mangás... resumindo, tudo que a gente que curte anime/mangá gosta :D E o legal é que eles falam sobre muitos animes desconhecidos para nós aqui. O endereço desse super site é: http://www.animetric.com/. Infelizmente eles deram uma segurada nas resenhas, mas mesmo assim vale a pena a visita.
Continuando, "Le Portrait de Petit Cossette" me chamou a atenção pela sinopse apresentada no "Animetric" e também pelo "clima" da produção (que pude constatar nas imagens), além é claro da resenha escrita pela Rowena Lim Lei (a "chefe" e fundadora do site). Mesmo assim, eu levei alguns anos até poder assistir o anime.
Lançado em abril de 2004, "Le Portrait de Petit Cossette" é uma série de OVA ("Original Video Animation", animes lançados direto para o mercado de vídeo/DVD/Blu-ray) contendo 3 episódios. A obra foi produzida pela Aniplex, que já lançou uma centena de animes (entre eles, "Fullmetal Alchemist", "Blood: The Last Vampire" e "Rurouni Kenshin") e teve a direção de Akiyuki Shinbo (que também já fez muita coisa na área, mas tem como obra mais marcante "The Soultaker", de 2001).  Eu nunca assisti nem li nada sobre "The Soultaker", mas de acordo com o site "Animetric", "Le Portrait de Petit Cossette" tem muitas semelhanças no uso de simbolismos durante as cenas, especialmente cruzes.
A história é totalmente inédita, ou seja, não é baseada em nenhum mangá ou light-novel (como ocorre com a maioria dos animes). Inclusive, ela foi adaptada posteriormente para um mangá de dois volumes, lançados pela editora Kodansha (sendo inicialmente publicado na "Monthly Magazine Z", da própria editora). Eu nunca li o mangá,mas por algumas imagens que vi na Internet, parece ser fiel a história do anime.
Antes de escrever este post, eu assisti novamente o anime (como são só três episódios de meia-hora cada, foi bem rápido). A sensação que eu tive foi parecida com da primeira vez que assisti (apesar de não lembrar de certos detalhes) e não tem como não associar o clima do anime com a expressão "gothic lolita". Mas o que é isso?

FONTE: http://tokyofashion.com/wp-content/uploads/2013/06/TK-2013-05-18-009-001-Harajuku.jpg
De acordo com a Wikipédia, "gothic lolita" pode ser definido como um estilo de se vestir que se difundiu no Japão. Ele mistura o estilo "lolita" (com vestimentas infantis e parecidas com de uma boneca ou princesa) com um toque gótico. O resultado é uma boneca de porcelana do século 18 :P Como todo "nicho" de cultura pop que surge no Japão, o "gothic lolita" possui muitos seguidores e admiradores (inclusive homens que se vestem assim o_O). Tanto é que existe até revistas especializadas no assunto, como a "Gothic & Lolita Bible". E eis que foi nessa pesquisa que eu notei que essa expressão ("Gothic & Lolita"), que aparece pichada em um muro no primeiro episódio de "Cossette" é na verdade uma referência a revista, ou ao menos é o que parece :P
Pois bem, Cossette é a "gothic lolita" em todo seu esplendor e isso não me deixa dúvidas que também serve para "atiçar" os fãs mais, digamos, "exaltados" do estilo. Bem, falando claramente, Cossette também é um baita "fan-service" para os tarados de plantão :P Não que isso desmereça o anime, mas é uma coisa que salta aos olhos de quem assiste e fica difícil de ignorar. Fora que a Petit Cossette é bem "petit" mesmo (deve ter uns 11 anos no máximo, apesar do anime nunca citar sua idade nem do Eiri), ou seja, literalmente uma lolita :P Por falar nisso, tem uma atriz de filmes adultos que tem como nome de guerra algo parecido, só não lembro se é Petit Cossette ou Petit outra coisa,rsrs. E ela é "petit" mesmo :P Bom, mas vamos continuar...

- História de amor e tragédia...

FONTE:http://images6.fanpop.com/image/photos/32800000/pretty-cossette-le-portrait-de-petit-cossette-32831520-760-425.jpg
O anime conta a história de Eiri Kurahashi, um jovem (estudante? o anime não deixa claro) que trabalha como gerente da loja de antiguidades de seu tio. Eiri é um talentoso desenhista, mas ultimamente seus amigos e principalmente Shoko Mataki (uma amiga que parece ter uma queda por ele) notam que ele está diferente, meio aéreo. Os amigos de Eiri desconfiam que ele esteja apaixonado e ele mesmo chega a admitir que fazem 7 dias desde que conheceu uma garota. Mas quem é a tal garota?

Nosso herói, Eiri (FONTE:http://p1.storage.canalblog.com/16/82/1038670/79804526_o.jpg).
Através de uma narrativa fragmentada (que é característica de toda a série) descobrimos que Eiri recebeu uma encomenda de objetos vindos da França há 7 dias atrás. Dentre estes, o garoto tem sua atenção tomada por um cálice de vidro veneziano. Eis que olhando para o objeto, ele começa a enxergar uma menina loira. Aos poucos ele começa a interagir com ela e descobre que seu nome é Cossette. Estranhamente, ninguém mais consegue ver Cossette e Eiri começa a duvidar de sua sanidade.
No bairro em que a loja de antiguidades está localizada, vivem algumas garotas amigas de Eiri (olha o harém ai gente,rs). Dentre elas temos a já citada Shoko, que logo percebemos ser "afim" do garoto; Hatsumi Mataki, que é a tia de Shoko e médica psiquiatra; Yuu Saiga, uma menina que tem um tipo de "sexto sentido" e trabalha em um restaurante; e, por fim, Zenshinni, a sacerdotisa local. Antes que vocês pensem que Eiri vai ficar por ai conquistando todas elas, podem tirar o cavalinho da chuva: até pela curta duração do anime, não temos muito desenvolvimento destes personagens de fundo (e isso não é School Days,rs). O foco aqui é mesmo Eiri e Cossette.
Aos poucos o garoto vai se isolando e ficando mais e mais obcecado por Cossette, e conforme a história se desenvolve, descobrimos mais sobre o passado dela. 

FONTE:http://images6.fanpop.com/image/photos/36200000/Le-Portrait-de-Petit-Cossette-image-le-portrait-de-petit-cossette-36250163-1000-550.jpg

Um dos motivos da obsessão de Eiri por Cossette é o fato de ela sempre estar com um olhar triste. O porque disso está no passado da menina e tem relação com um pintor italiano chamado Marcello Orlando. Este pintou muitos retratos da garota e um deles acaba sendo encontrado por Mitaki dentre os objetos da loja de antiguidades. E no retrato está o nome completo da menina: Cossette D'Auvergne. 
Enquanto Eiri se vê mergulhando cada vez mais fundo no mistério de Cossette, suas amigas presenciam ele definhar e Zenshinni e Yuu sentem uma presença maligna em torno dele.
No final o que temos é uma história de amor trágica que parece querer se repetir em um círculo infinito. Mas o final nos reserva uma grande surpresa, o que livra o enredo de um clichê já muito batido.

- Curto, com qualidades e defeitos...

FONTE:http://images6.fanpop.com/image/photos/32900000/Cossette-fanart-le-portrait-de-petit-cossette-32908120-853-480.jpg

Como eu já disse antes, "Le Portrait de Petit Cossette" é uma série de OVAs de curta duração. O fato de conter apenas 3 episódios tem seu lado bom e seu lado ruim. O bom é que podemos assistir a série toda em 1h30. O ruim é que muitos acontecimentos acabam não se desenvolvendo devido ao curto tempo. Os personagens secundários, por exemplo, não são nem um pouco aprofundados. O estranho é que a impressão que temos é que eles têm sim uma história por trás, mas apenas não temos tempo de ver ela. Mesmo assim, o anime ainda consegue transmitir a importância deles para a gente, fazendo uso da citada narrativa fragmentada. Isso é um ponto a favor dos roteiristas e do diretor, que mesmo com um tempo curto consegue passar bastante informação para o telespectador, ainda que muita desta fica meio que subentendida.
Curiosamente, muitos pontos dos próprios personagens principais também não ficam muito bem claros. Esse é o caso do "background" de Eiri: tudo o que sabemos é que ele trabalha na loja de antiguidades e tem talento com desenho. Não sabemos sua idade, nem se ele estuda (ainda que muitas sinopses na Internet falem que ele é estudante de arte, isso nunca é citado no anime) ou qual sua relação com a maioria das personagens secundárias. Isso não acontece com Cossette, que pelo menos é bem mais "situada" do que Eiri. Só que uma parte importante de sua história, na verdade uma parte que se fosse mais focada mudaria completamente o tom do anime, é pouco explorada. Estou falando dos tais "objetos amaldiçoados", que inicialmente não são muito citados, mas ganham destaque da metade do segundo episódio para frente. Interessante notar que se essa linha fosse seguida, e também se a obra fosse um anime com vários episódios, talvez estivéssemos falando de um anime tradicional de terror e mistério, e não de uma obra única como "Le Portrait de Petit Cossette". 
Apesar de ser curta, a qualidade da animação não é de "encher os olhos" e alguns cenas se repetem ao longo dos episódios. Mesmo assim o trabalho de animação é competente e o caracter design está mais próximo de um estilo realista do que a maioria dos animes, além de ser belíssimo. Ah, antes que me esqueça, o diretor usa muitos recursos de simbologia (jogando imagens entre as cenas) que, presumo eu, servem para passar sensações e também ajudar ao telespectador a entender melhor a história (as vezes aparece uma tela toda vermelha ou amarela do nada, que eu acredito seja para transmitir emoções ou sensações, mas é uma teoria minha).

- Concluindo...

FONTE: http://images6.fanpop.com/image/photos/32900000/Cossette-fanart-le-portrait-de-petit-cossette-32908153-705-395.jpg
"Le Portrait de Petit Cossette" é o tipo de série que joga as peças do quebra-cabeças para o telespectador montar o quadro (sem trocadilhos). Talvez isso se deva a sua tão falada curta duração, mas acredito que esse estilo de narrativa também tem seus méritos por si só, o que justifica sua escolha. Apesar de a primeira vista apresentar uma história um pouco batida (amores trágicos do passado que resultam em uma maldição) conforme o enredo se desenvolve alguns pontos novos e surpreendentes são introduzidos (principalmente no último capítulo), o que proporciona ao telespectador um sensação recompensadora.
Com tudo isso, só posso recomendar esse anime para todos. Ainda que ele seja considerado "seinen", não acho seu teor tão "pesado" como de outros "seinens", ainda que tenha um quantia generosa de sangue. De qualquer forma, quem busca um anime de visual e forma de conduzir a história diferentes, pode dar uma chance para essa produção de 2004, que muitas vezes é esquecida pelos críticos.
Obrigado pela leitura e até mais!






2 comentários:

  1. Respostas
    1. Que bom que gostou! Esse anime vale a pena pela atmosfera e por ser bem curto. Obrigado pelo comentário!

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