Sessão da Meia-Noite #17: The Penny Dreadful Picture Show (2013)

FONTE:http://axxomovies.org/wp-content/uploads/2014/02/The-Penny-Dreadful-Picture-Show-2013-Movie-Poster.jpg

Fala moçada! Tudo bem? Hoje é um dia especial: meu aniversário! :D Parabéns pra mim,rsrsrs. Podia muito bem resenhar um filme com esse tema né? Mas vou falar de um filme obscuro, daqueles que às vezes eu arrisco assistir só para ver o que tem. E ele é atual ainda! Uma raridade aqui,rsrs. Então vamos sentar na poltrona do cinema e conhecer um pouco mais sobre "The Penny Dreadful Picture Show"!

Boa leitura e não deixem de comentar!

R.

- Underground?

FONTE:http://horrornews.net/wp-content/uploads/2014/03/penny-dreadful-penny.jpg

A meia dúzia de leitores que acompanham minhas análises deve estar acostumada com um texto introdutório onde eu foco o "background" do filme em questão, como a trajetória do diretor, aspectos da produção,etc. Só que para minha surpresa "The Penny Dreadful Picture Show" é tão recente (ou inexpressivo?Rsrs) que não conta nem mesmo com um misero artigo na Wikipédia! Assim fica difícil...

O que eu posso falar sobre a produção? De acordo com o IMDb, a produção é obra principalmente de três pessoas: Nick Everhart, Leigh Scott e Eliza Swenson. O trio é creditado na direção e também no roteiro. Beleza, com os três nomes acho que podemos começar uma "investigação", certo?

Novamente temos poucas informações :( 

Nick Everhart tem apenas um artigo na Wikipédia relacionado com seu nome: a direção de um filme chamado "2012:Doomsday", uma cópia do blockbuster "2012" lançada pela The Asylum (famosa por fazer filmes "inspirados" em super produções, mas com orçamentos muito inferiores). Para vocês terem uma ideia do quão "popular" esse filme é, nem sequer um artigo em inglês está disponível na Wikipédia! Fora o em português (Br Br Hue Hue,rs) temos um outro em alemão :S

Nick Everhart (FONTE:http://ia.media-imdb.com/images/M/MV5BMTcxNzYwMzY3NV5BMl5BanBnXkFtZTcwMDgxNDAzMw@@._V1_SX640_SY720_.jpg).

Mas apesar disso o cara tem uma boa bagagem, nas mais variadas funções, de acordo com a IMDb (e é fácil achar fotos dele na Internet :S).

Seguindo com a "investigação", temos Leigh Scott. Ahá! Esse tem página na Wiki! \o/ E mais, agora tudo começa a fazer sentido! Leigh Scott também é um diretor que trabalhou para a The Asylum, dirigindo uns 15 filmes em dois anos o_O Ele ficou famoso por responder diretamente críticas na IMDb. E agora vem a parte mais interessante: ele é o cabeça da Imaginarium LCC (também creditada como IFI Studios, Palace/Imaginarium e Imaginarium Studios). Acontece que essa empresa de tantos nomes é a responsável por lançar "The Penny Dreadful Picture Show"! Ou seja, eu assisti um filme que é praticamente um filho da The Asylum o_O

Leigh Scott (FONTE:http://ifistudios.com/wp-content/uploads/2012/06/leigh.jpg).

Bom, muita coisa começa a fazer sentido,rsrs. Seguindo com a lista temos Eliza Swenson. Talvez por ser uma atriz bonita, além de cantora nas horas vagas, esta tem um pouco mais de destaque na Internet (até tem página na Wikipédia \o/). A moça fez alguns filmes da The Asylum e também atuou como compositora da trilha sonora destes, além de ter participado de um episódio da série "Drake e Josh" o_O Esse eu queria ver...

Eliza Swenson (FONTE:http://static.cinemagia.ro/img/db/actor/03/58/13/eliza-swenson-598030l.jpg).

Além de dirigir e roteirizar este filme, Eliza (que também atua com o pseudônimo de Victoria Mazze) é também a estrela da película, Penny :D

Para quem quiser mais informações sobre a produtora, deixo aqui o site deles: http://ifistudios.com/ 

Confesso que devo visitar também depois para ver se entendo mais sobre seus filmes,rs.

Mas antes de começar a falar sobre o filme em si, tenho que destacar a presença de dois atores: Jeffrey Combs e Sid Haig. O primeiro dispensa apresentações, sendo até hoje conhecido por seu trabalho no clássico "Re-Animator". Já o segundo, pelo menos para mim, está associado ao filme de Rob Zombie, "A Casa dos 1000 Corpos" e sua sequência, "Rejeitados pelo Diabo". Infelizmente (ou felizmente, segundo alguns críticos) eu ainda não tive a oportunidade de assistir nenhum dos dois, ou seja, não posso opinar muito, mas eu gostei da atuação dele neste "The Penny Dreadful Picture Show".

Me perdoem se eu estiver falando um monte de fezes aqui,rsrsrs, mas estou realmente em um terreno completamente desconhecido! O único que eu conhecia da trupe toda é o "Dr. Herbert West", Jeffrey Combs, inclusive foi o nome dele que me chamou a atenção e fez escolher o filme para assistir,rs. Então, fãs de qualquer um deles, especialmente Sid Haig, me perdoem ><;

Ah, outra coisa: apesar do clima lembrar um pouco (as vestimentas da Penny principalmente) o filme não tem nada a ver com "The Rocky Horror Picture Show" (1975). Que a propósito é um filme muito divertido,rs. Continuando...

- Sessão de Cinema.

FONTE:http://i1.ytimg.com/vi/FYPuMklH5Go/hqdefault.jpg

"The Penny Dreadful Picture Show" segue o esquema daqueles filmes que são na verdade coletâneas de histórias, como "Creepshow". Particularmente eu gosto deste tipo de filme, apesar de ter visto muito pouco do gênero. São divertidos pois contam histórias curtas e que por isso mantém um ritmo legal, onde não ficamos cansados. Estranhamente, "The Penny..." só conta 3 histórias. E mais estranhamente nem todas têm a mesma duração: o primeiro conto dura apenas alguns minutos, enquanto o segundo é mais longo e o último tem uma duração bem maior.

O filme começa em um cinema abandonado onde conhecemos Penny (Eliza Swenson), Ned (Collin Galyean) e Wolfboy (Dillon Geyselaers). Penny parece uma mistura de boneca com zumbi, apesar de ser muito bonita,rs. Ned é um tipo de "lanterninha" de cinema com o rosto todo deformado. E, como o nome já denuncia, Wolfboy é um tipo de lobisomem. O trio bizarro é doido por filmes e logo de cara já temos uma sessão particular onde eles assistem o primeiro conto (vou falar deles mais a frente). Outro detalhe é que não há ninguém no cinema além do trio e as bonecas assustadoras de Penny (que segundo ela falam o filme todo,rs).

Penny com toda sua doçura (FONTE:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh68myxK-QBC1X-Z7MtMjBPUKzkfP_3dycSjG79gBkOdEgVn92JP6Qjmjkg-v8OwCd5il6rgdXl7s55R4l5u-w5OAlWaLcRbabuskw3HSLhE3EyEgBzs6tQyB-eL5oEg04cjWskR0vm8T8/s1600/LRA_pennydreadful_4.JPG).

Após o primeiro conto, acompanhamos o drama de Penny em ganhar um "beijo de amor verdadeiro". Explico: a moça (?) se inscreveu em um site de relacionamentos e está prestes a receber seu primeiro pretendente, o típico adolescente de filmes americanos Rex (que tem até a tradicional jaqueta do time de futebol americano). Apesar do local bizarro do encontro e dos amigos esquisitos de Penny, Rex (Craig Blair) até curte a moça (porque ela é bem "hot",rs). E os dois sentam para uma sessão de filme. Ai nós espectadores somos apresentados ao segundo segmento do longa.

O "bonitão" Ned (FONTE:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwH4DqXP4KwrDLKUneW9SE7252pqAIE9d3v2_p9eX9Dp4jCjQAWA50nRzVJr-ByBBD0jDhr0em-w0ydJBFXQO5FFLNXkeLkZQV_mGm3jZR8l4KzQyrAeltpkt0an_qksooNlljtNq5aoA/s640/penny1.jpg).

Depois do segundo conto e a resolução do encontro entre Penny e Rex, somos apresentados ao segundo pretendente da moça, que nem nome tem (que eu me lembre,rs). Esse já faz mais o tipo de Penny, sendo um tipo de gótico. Não preciso nem dizer que ele cai de amores pela garota e fica muito animado em assistir o último conto do longa. Só que ele acaba falando demais durante o filme e isso é algo que Penny não admite...

O trio (parece até uma peça de teatro infantil né?Rsrs) (FONTE:http://media.monstersandcritics.com/articles3/1718263/article_images/penny2.jpg).

Pois bem, após o final deste conto, Penny finalmente encontra o amor (ou não) e temos um final para a película, com direito à uma ligação com o primeiro conto, que eu até achei bacaninha, apesar de ser meio sem pé nem cabeça.

Sinceramente, assim como algumas críticas que eu li, eu achei a "trama" de Penny e seus colegas muito mais interessante do que os próprios "filmes" que eles assistem. A verdade é que o visual deles, principalmente da garota, é muito bem construído. E mesmo o cenário é excelente para um filme de terror. Quem sabe um dia não fazem um filme só falando deles? A propósito, os dois colegas chamam Penny de "mamãe". Porque eu não faço a miníma ideia :S

Mas agora vamos falar dos segmentos...

- Slash in the Box.

FONTE:http://i.ytimg.com/vi/03DgH2uBzoQ/hqdefault.jpg

O primeiro conto é tão curto que nem dá tempo de comer pipoca. Um homem chega em casa com uma caixinha daqueles que saltam um palhaço de dentro quando damos corda (nos EUA é conhecida como "Jack in the Box"). Sua esposa acha o brinquedo aterrorizante, mas ele diz que lembra da sua infância. A história dura menos de 4 minutos e na verdade não tem lá muito sentido,rs. Vale ressaltar que isso fez eu ter uma ideia errada do filme: eu achava que todos os contos durariam pouco, quase como ocorre em "The ABCs of Death" (2012). Mas o que ocorre é que este é apenas um aperitivo do que está por vir. Como eu já disse antes, sem dar spoilers, esse conto fecha o círculo com o final do filme.

- The Morning After.

FONTE:http://img.acianetmedia.com/i/19Far.jpg

O segundo conto dura bem mais e talvez tenha uma extensão muito grande para a profundidade da história proposta. Basicamente temos Alice (Samantha Soule), uma moça que acorda após uma noite de bebedeira e não se lembra do que aconteceu. Aos poucos ela vai descobrindo através de flashes o que houve na noite passada e nós vamos juntos na aventura. Vale ressaltar que a ambientação do filme é dos anos 50 (bem feita por sinal). Sem entrar em muitos detalhes da trama, este segmento trata de um tema que eu sinceramente considero pouco atraente, mas trouxe algumas boas ideias. A direção ficou a cargo da própria Penny (Eliza Swenson). Dos dois segmentos (não considero o primeiro um segmento, por ser muito curto), eu achei este o mais fraco. Apesar de esbanjar sensualidade e ter algumas ideias boas, a história é arrastada e faz com que os 35 minutos de duração pareçam muito maiores do que realmente são. Mas a atriz que faz par com Alice é uma verdadeira beldade :3

- The Slaughter House".

FONTE:http://www.joblo.com/images_arrownews/pennydreadparty.jpg

Finalmente chegamos no que eu considero a cereja do bolo. Dirigido por Leigh Scott, este segmento é onde ocorre a participação tanto de Jeffrey Combs quanto Sid Haig. Talvez seja uma coincidência, mas este também foi o que mais me divertiu. Estranhamente li uma crítica que dizia que este era o pior, mas não entendo o motivo :S

Este segmento conta a história de Ron (Josh Hammond) e seus amigos "hippies", que atravessam os EUA (Texas?) em uma van atrás de "aventura" nos anos 70. Na verdade eles têm um plano em mente, mas contar isso é acabar com a surpresa da história. Em dado momento eles chegam até a casa da família Slaughter e conhecem seus membros esquisitos. Dentre eles temos Brady (Jeffrey Combs), que é deficiente mental.

FONTE:http://24.media.tumblr.com/ddaa7cbec43b869321e4734d0de64672/tumblr_n1gjhgwd4Q1qhfj6eo1_500.jpg

Combs está simplesmente impagável neste papel! E não tem como não sentir empatia por Brady! Para mim ele é um dos melhores personagens do filme todo,rsrs. Sid Haig faz o papel de um dono de posto que é amigo da família Slaughter. Ah, Josh Hammond também detona no papel de Ron.

Este segmento conta com uma boa dose de humor negro e mesmo algumas piadas, como quando Ron diz que a fumaça dos escapamentos está causando a diminuição da temperatura do planeta Terra, em um efeito chamado "Esfriamento Global",rsrsrs. Além de tudo temos um jogo com os clichês do gênero slasher, que fará os fãs aplaudirem de pé a inventividade dos criadores.

Infelizmente o que poderia ser o ponto alto do filme acaba sendo prejudicado pelos momentos finais, onde o diretor resolveu apelar para vergonhosos efeitos especiais, com sangue em um CG mais falso que nota de 3 reais :S Realmente uma pena :(

- Finalizando...

FONTE:http://www.creepercast.com/wp-content/uploads/2013/10/penny-dreadful-picture-show-3.jpg?5d335c

Eu considero "The Penny Dreadful Picture Show" uma agradável surpresa. Longe de ser perfeito, o filme apresenta sim muitas falhas, mas consegue entreter e divertir durante seu tempo de duração. Minhas únicas críticas são quanto ao já citado sangue em CG, que ficou ridículo. Estranhamente, no segundo segmento tivemos sangue cenográfico, em um efeito muito mais convincente. Outro ponto positivo é a música, especialmente nas partes em que aparece Penny. Ela tem uma levada que lembra muito a música de "Beetlejuice", como bem constatou o autor de uma das críticas que eu li (http://culturecrypt.com/movie-reviews/the-penny-dreadful-picture-show-2013).

Talvez pelo seu clima, ou por algumas ideias, este filme realmente conseguiu conquistar minha atenção e deixo a dica para que vocês assistam ao menos o último segmento ou então as sequências com Penny, que com certeza atrai a atenção do público masculino,rsrs.

Obrigado pela leitura e até mais!

P.S.: Segundo ainda pesquisando, o termo "Penny Dreadful" vem de uma revista de contos de mistério publicada no século 19, na Inglaterra (http://omelete.uol.com.br/series-e-tv/penny-dreadful-conheca-o-significado-do-nome-da-serie-em-novo-video/#.UzDILKhdWE4). 

P.S.2: Foi um saco encontrar imagens e informações sobre este longa, especialmente porque existe uma série com o nome "Penny Dreadful", que deve estrear neste ano ><;