segunda-feira, 30 de julho de 2012

PRESS START # 2: Shadow of Colossus (PS2)

FONTE: http://onegaigames.blogspot.com.br/2011/01/shadow-of-colossus-review.html
Fala moçada! Ressurgindo das cinzas como a lendária Fênix, trago para vocês mais um post da "sessão" PRESS START! Mas antes de falar sobre o jogaço da vez, tenho alguns recadinhos:
1-) Semana que vem recomeçam as aulas na facul, de modo que as atualizações podem ficar mais esporádicas. Por isso estou aproveitando para postar muita coisa nesses últimos dias de férias ^^
2-) Os mais atentos entre os 5 leitores do post "PRESS START" passado devem ter notado que eu atribui uma nota ao jogo e isso ficou meio "solto no ar". Na verdade foi algo que resolvi colocar de última hora,rs. Ainda estou pensando se posso estender este "sistema de notas" para as outras sessões do blog ( a princípio, não desejo fazer isso). Meu critério para as notas dos games é um tanto diferente: ao invés de classificar os jogos de acordo com suas qualidades (gráficos, jogabilidade,etc.) vou atribuir uma nota representando o conjunto todo e que está ligada ao quão "obrigatório" é o jogo para os gamers daquele console. As notas vão de 1 à 10, com 10 significando "você precisa jogar este game para saber o quão bom este console pode ser" e 1 significando "jogar isto vai fazer seu respeito pelo console diminuir",rsrs. Entenderam a ideia?
3-) Comentem! ><; Rsrsrsrs
Chega de papo e vamos para o que interessa!

R.


- Um colosso dos games:
FONTE: http://ftwgames.wordpress.com/2010/10/01/epic-review-shadow-of-colossus-ps2/
Qualquer proprietário de Playstation 2 que se preze deve no mínimo ter ouvido falar de "Shadow of Colossus". Mas imaginando que você acabou de sair de uma prisão em Plutão, vou lhe apresentar este clássico. Lançado em 2005, "Shadow of Colossus" foi desenvolvido pela Sony Computer Entertainment (SCEI), mais precisamente pelo International Production Studio 1, um time da SCEI, o mesmo responsável pelo jogo cult  "Ico". E é quase impossível falar de "SoC" sem falar de "Ico" e, é claro, sem falar da mente responsável pelos dois: Fumito Ueda.

FONTE: http://www.playstationlifestyle.net/2011/11/30/legendary-developer-fumito-ueda-may-have-left-sony/
Fumito Ueda (1970-) estreou como diretor e game designer com Ico: uma reinvenção dos games "herói encontra princesa" (segundo palavras do próprio Ueda). De cara o game chamou a atenção devido ao seu estilo único: com um enredo pouco esclarecido (deixando para a imaginação do jogador a tarefa de escrever a história do game), o foco era a exploração e a estratégia. Segundo o diretor, a ideia era desenvolver um jogo "minimilista", retirando todos os elementos que não fossem essenciais para uma boa experiência de jogo . Para se ter uma ideia, em Ico o personagem principal não pode ser morto pelos inimigos, mas o game acaba se a princesa protegida pelo herói ser raptada por eles. A jogabilidade "diferente" de Ico, unida a gráficos soberbos, conquistou os gamers do PS2 e Fumito ganhou carta branca para chefiar seu próximo (e ainda mais ambicioso) projeto. Inicialmente, Ueda desejava criar uma sequência direta de Ico (intitulada Nico, sendo que "ni" é dois em japonês), mas durante a produção inicial isto acabou sendo modificado. O resultado é "Shadow of Colossus", ou "Wanda to Kyozo" ("Wander and the Colossus"), nome com que foi lançado no Japão. Novamente Ueda e sua equipe conseguiram sair do lugar comum dos games de aventura e proporcionar uma experiência única, aliada à gráficos que extrapolam os limites do PS2.
Mas porque "SoC" é tão único? Vamos por partes...

- O fio de narrativa que nos leva ao mundo de "SoC":
FONTE: http://ez.mygames.sapo.pt/ps2/accao/shadowofthecolossus/analise/um-colosso-entre-gigantes-1238/
"Shadow of Colossus" começa com um jovem montado em seu cavalo carregando algo enrolado em um lençol. Ele viaja por muitas paisagens até chegar à uma imensa porta de pedra. O jovem ergue então sua espada e abre a passagem, que leva a uma imensa ponte suspensa. Atravessando a ponte, chega até um imenso edifício com uma enorme escadaria. Pouco a pouco, vai descendo os degraus que terminam em um majestoso saguão. O garoto então carrega o "embrulho" até um altar de pedra e ai o faz repousar. Por fim retira o lençol, revelando o corpo de uma jovem garota, aparentemente sem vida. Nisso uma voz, aparentando falar de uma abertura no teto por onde entra a luz do Sol, lhe fala... e tudo começa.
"SoC" já começa diferente dos games comuns: não temos aqui um enredo "explícito", que vai se desenvolvendo atráves das falas dos personagens. Tudo que temos é um ponto de partida. O jovem garoto, que nunca tem seu nome citado, mas é conhecido oficialmente como "Wander" (que deriva do verbo inglês "vagar", exatamente o que ele faz no jogo), deseja reviver a garota morta (que também não tem seu nome citado no game, mas pelos créditos sabemos que se chama "Mono") e para isso vai até as chamadas "Forbidden Lands" (Terras Proibidas), onde acredita que seu desejo poderá se tornar realidade. Lá ele encontra uma "entidade" que lhe fala atráves de uma abertura no teto do templo, cujo nome é "Dormin" (este o game cita o nome). O tal Dormin aparenta ser um tipo de deus (que fala simultaneamente com voz masculina e feminina) e propõe um acordo ao rapaz: ele seria capaz de devolver a vida a garota, mas para isso Wander precisa derrotar 16 criaturas que vivem naquelas terras, os tais Colossi (que é plural de Colussus, lembram do post sobre Homunculus?). O garoto prontamente aceita a oferta e parte em companhia de seu fiel cavalo (ou égua?) cujo nome é Agro (isso o próprio herói fala) para derrotar os monstros. E, tirando algumas cutscenes e o final do game, isso é tudo de história que teremos. Nunca fica claro se Mono é namorada, irmã, amiga ou o que quer que seja de Wander, do mesmo modo que a identidade de Dormin também é um mistério. E é exatamente por isso que o jogo é assunto até hoje! Ueda genialmente faz com que os gamers tenham que quebrar a cabeça para desvendar a história e as muitas referências presentes no jogo. Para se ter uma ideia, Dormin ao contrário é "Nimrod", nome de um personagem lendário que teria construído a Torre de Babel (sim,aquela da Bíblia). Por ai tem-se uma ideia dos simbolismos que Ueda colocou na história.
Ah, e oficialmente "SoC" é um prequel de "Ico". Mas não é preciso se preocupar: se você nunca jogou Ico (como é meu caso), poderá curtir perfeitamente "SoC". Basta saber que em Ico o protagonista descende de uma raça de pessoas com chifres, que dizem ser amaldiçoada. Só isso é o suficiente para entender a ligação de SoC e Ico :D

- Aventura solitária:

Agro e Wander (FONTEhttp://jogos.uol.com.br/ultimas-noticias/2012/05/27/filme-de-shadow-of-the-colossus-tera-diretor-de-poder-sem-limites.htm).
"SoC" exala solidão. As "Forbbiden Lands" não possuem nenhum outro ser humano além de Wander. Não temos aqui NPCs, tão comuns em games de aventura. Só temos águias e lagartos (que não causam nenhum dano em Wander) e, é claro, os imensos Colossi. A jogabilidade consiste no seguinte: Wander inicia no templo ("Shrine of Worship", templo de adoração) e deve procurar o Colossus que será seu alvo. Para isso ele conta com umas dicas de Dormin, mas mais importante, com sua espada. A Ancient Sword é a arma capaz de matar os Colossi (segundo o que diz Dormin) e também é capaz de dar sua localização. Para isso, o jogador deve erguer a espada para que os raios de luz do Sol se reflitam e converjam para indicar a direção a ser seguida (o controle também vibra com maior intensidade quando a "seta de luz" está mais nitída). Então Wander deve desbravar as terras proibidas em busca do Colossus. Após o encontro, o jogador precisa descobrir que tipo de estratégia será necessária para derrubar o gigante. A única forma de vencer o Colossus é atingindo suas partes vitais, que são indicadas por símbolos azuis em seu corpo (chamados Sigils, símbolos mágicos). Cada Colossus demanda uma estratégia específica para ser derrotado e descobrir isso é 80% da diversão do jogo. Em algumas batalhas Wander tem a ajuda de Agro, mas em outras terá que lutar sozinho. Para isso, além da espada, o garoto conta com um arco e flechas, que serve mais para atrair a atenção dos monstros, já que não tira quase nenhum dano. Como os Colossi são em sua maioria colossais (dã ¬¬), Wander precisa escalar seus corpos para atingir os pontos vitais. Ele pode se pendurar nos pêlos ou armaduras dos bichos, mas o tempo que pode se segurar é limitado por um círculo rosa no canto inferior da tela, próximo à barra de vida. Com o tempo o círculo vai diminuindo e se ficar completamente preto, o garoto cairá. Conforme os Colossi vão sendo derrotados, o círculo vai ficando maior (assim como a barra de vida do personagem). O círculo também serve para carregar a força dos golpes de espada nos Colossus, além dos saltos. Ah, falando em derrotar... Quando um Colossus é derrotado, vemos uma animação onde "tentáculos negros fantasmagóricos" saem do corpo do monstro e entram no corpo de Wander. Após isso, o garoto é transportado de volta para o templo, onde há estátuas dos Colossi, que se quebram quando um deles é morto. E então ele deve recomeçar sua caçada... Parece repetitivo né? Mas a jogabilidade compensa isso muito bem.

Wander atacando o ponto vital (Sigil) de um Colossus (FONTE:http://www.mobygames.com/game/ps2/shadow-of-the-colossus/screenshots/gameShotId,236819/).

- Um mundo vivo :
FONTE: http://collider.com/josh-trank-shadow-of-the-colossus/168225/
Eu nem vou comentar aqui sobre os gráficos de "SoC": eles são soberbos e talvez os mais belos do PS2 (isso só reforça minha teoria de que só a Sony é capaz de extrair o máximo de seu console). Mesmo a animação de Wander é incrivelmente realista, o que pode fazer o jogador gritar alguns palavrões quando o personagem cai de um Colossus e demora a levantar. O som e músicas do game criam um clima de solidão e, de certa forma, tristeza, alternando para um tom épico no momento das batalhas. E por falar em batalhas: a câmera faz um trabalho sensacional durante elas, chacoalhando conforme o irriqueto Colossus tenta se livrar do pequeno invasor que está escalando seu corpo (isso também vai te deixar com raiva, mas temos que concordar que é um toque todo especial).
A arquitetura dos cenários, contruções e mesmo design dos Colossus remete à culturas antigas (como os Astecas, Maias,etc.) e Ueda e sua equipe tiveram até mesmo o cuidado de criar um dialeto para os personagens (dizem ser o mesmo de Ico, uma mistura de japonês e latim :S).
A combinação de um enredo misterioso e cheio de referências com um jogo aparentemente "simples", fez com que os fãs do mundo todo começassem a buscar segredos dentro do game. Isso só aumentou quando o próprio criador de "SoC" soltou que haveria um "grande segredo" no jogo. E não é que até hoje muita gente ainda busca isso? Uns dizem se tratar de um 17º Colossus, outros de um final alternativo. Na verdade, boa parte da pista que Ueda revelou (que na capa do jogo haveria uma dica para o segredo) leva à um feito que muitos jogadores já conseguiram: escalar um jardim que fica acima do templo (e que aparece na cena final do jogo). Enquanto muitos acreditam que este definitivamente é o segredo, outros tantos ainda creem que há muito mais e continuam a desbravar as terras proibidas até hoje.

- Recomendado, mas não para todos :

FONTE: http://osreformados.com/index.php?topic=4010.0
Apesar de "SoC" ser um game praticamente obrigatório para quem tem um PS2, tenho conciência que não são todos que vão gostar dele. Os menos pacientes, por exemplo, logo podem se enjoar de caçar os Colossi. Após terminar o game pela primeira vez, o jogador tem duas recompensas: habilita-se o nível "Hard" e o modo "Time Attack". É possível jogar o nível Hard com o mesmo status que você tinha ao zerar o jogo (barra de vida e força no máximo). Já no Time Attack, o desafio é derrotar cada Colossus no tempo determinado, sendo que a cada 3 derrotados, Wander ganha um item. Os itens variam de flechas explosivas à máscaras que aumentam o dano dos golpes e podem ser usados no jogo normal (e somente nele, já que não valem nos desafios de tempo). Após zerar o jogo no modo Hard (onde os Colossi têm mais pontos vitais e são mais resistentes), habilita-se o "Time Attack Hard" com novas recompensas.
Aqueles que tiverem gostado de sua primeira passagem pelo jogo, com certeza se dedicarão a bater os novos desafios. Se bem que depois de assistir o final do game, muitos terão a sensação de que o melhor a se fazer é seguir a lei do Carma, aquela que diz que o melhor agir é o não agir... Intrigados? Joguem o jogo e vejam seu final, que de certo verão toda a saga de Wander com outros olhos. Rsrsrsrs.
Isso é tudo pessoal! 
Até mais!

NOTA: 10/10 (obrigatório, né?)

P.S.: Retirei as informações usadas para elaborar o post da página em inglês da Wikipédia, bem como de suas ramificações: http://en.wikipedia.org/wiki/Shadow_of_the_Colossus

Nenhum comentário:

Postar um comentário